Discussion & Perspectives
The Triplet Informational Field (TIF)
model advances a pre-spacetime framework based on entangled spin-½ triplets
encoding logical qutrits, which collectively constitute an informational
substrate underlying the emergence of spacetime geometry, matter fields, and
internal symmetries. This structure is formalized through a fibered
pre-geometric domain that operates as an interface between the absolute
hyperrealm and the emergent physical manifold. Within this ontological
architecture, the Higgs field is reinterpreted as a resonant selector or
ontogenic membrane—akin to a section of the fiber bundle—filtering informational
modes into fermionic generation triplets and localized spacetime excitations.
Echoes of this triadic logic are found in multiple metaphysical traditions: the
Atma–Buddhi–Manas triad in Theosophical cosmology (Blavatsky, 1888), the Tree
of Sefirot in Kabbalistic ontology (Scholem, 1974), and the layered emanations
of Pistis Sophia, where luminous intelligences descend and re-ascend through
structured potencies (Mead, 1921). These structures also resonate with
Wheeler’s “participatory universe” (Wheeler, 1990) and Bohm’s holoinformational
implicate order (Bohm, 1980), suggesting that the TIF model offers not only a
bridge between quantum field dynamics and geometric emergence, but also a
transdisciplinary platform for reconciling foundational physics with perennial
metaphysical insights.
Introdução
Se estivermos
falando de modelos que tentam descrever a estrutura fundamental do
espaço-tempo, como redes de spin, ou
modelos de qutrits (qubits expandidos) informacionais, um "higher-spin triplet" pode modelar
uma estrutura fundamental triádica com graus de liberdade de spin superiores, ligados a geometria emergente,
topologia ou gravidade, absolutamente necessários à estrutura do modelo TIF.
Falar de spins é o mesmo que entrarmos num campo
profundamente esotérico de difícil entendimento. Não fossem as confirmações
experimentais da sua existência, provavelmente passaria a fazer parte da ficção
científica.
Como disse o
físico Bruce A. Schumm da Universidade de Santa Cruz da Califórnia, no seu
livro “Deep Down Things – The
Breathtaking Beauty of Particle Physics”, pp. 187:
“We don`t really have a clue about the physical origin of spin…The
question of the origin of quantum-mechanical spin…is a conundrum that
physicists have yet to sole.”
Nalguns frameworks teóricos, como nas teorias
gauge de higher-spin, o próprio
espaço-tempo é descrito com o uso de Campos com valores altos de spin. Estas teorias envolvem muitas
vezes tripletos fermiónicos de altos spins
os quais são conjuntos de três campos simétricos de tensores-spinors. Na nossa
proposta da Teia Informacional Fibrada Fundamental – TIF utilizámos este
conceito para estruturar uma unidade informacional – os tripletos de spins.
Desde 1986 que
os tripletos higher-spin tem sido
objecto de aturados estudos e encarados de diferentes perspectivas (citamos
como exemplo o trabalho
publicado na Elsevier neste link https://doi.org/10.1016/j.nuclphysb.2016.04.022).
O termo "higher-spin triplets" pode ter
diferentes significados dependendo do contexto físico ou matemático em que é
usado, mas em geral refere-se a conjuntos de Campos, partículas ou estados
associados a spins maiores que 1,
organizados em estruturas de três elementos (tripletos) que obedecem a certas
simetrias.
Em contextos informacionais
ou quânticos como aquele relativo ao modelo TIF, "higher-spin triplets" pode significar tripletos de estados
compostos que codificam spins
elevados a partir da combinação de múltiplos spins ½ (por exemplo, três spins
½ combinados para formar estados de spin
3/2 ou spin 1), ou uma representação
lógica onde cada triplo de spins ou
qubits (ou qutrits) representa um estado de spin
elevado numa rede ou campo informacional.
Um tripleto de
spins pode significar basicamente três partículas de spin ½ (como três qubits); um estado total de spin 1 construído a partir de duas partículas de spin ½ (em contraposição ao singlete de spin 0). Resumindo o conceito "higher-spin triplets" pode dizer
respeito a conjuntos de três Campos ou estados com spins maiores que 1, organizados por simetrias ou a um grupo com spins elevados em multipletos de três
elementos. Também podem resultar de construções compostas de spins mais baixos que resultam em
estados de spin mais alto, ou ainda a
unidades lógicas em redes de informação ou teorias emergentes do espaço-tempo,
como a proposta do modelo TIF.
Neste contexto, partimos
de três spins ½ que formam um sistema
composto, onde o espaço total seria dado por:
Neste espaço de 8 dimensões, é possível isolar um subespaço tridimensional, com os devidos controlos e restrições, para representar um qutrit lógico.
O que é um
qutrit?
Um qutrit é um sistema quântico de três estados
ortonormais (1): ∣0⟩, ∣1⟩, ∣2⟩, que está
presente num espaço de Hilbert(2), e podemos
vê-lo como a generalização de um qubit
.
A partir de um
tripleto de spins podemos construir um qutrit usando codificação
lógica, ou seja seleccionando três estados ortonormais entre os
8 possíveis do sistema de três qubits. Por exemplo:
∣0L⟩=∣001⟩, ∣1L⟩=∣010⟩, ∣2L⟩=∣100⟩
Os três estados formando uma base
ortonormal dentro do espaço total, podem ser tratados como os três níveis de um
qutrit. Esta abordagem é comum, por exemplo, nos códigos de correcção de erros quânticos e na computação
quântica com qutrits físicos simulados por múltiplos qubits, de que já falámos
noutros textos.
Mas se for uma partícula de spin 1 (não composta) em vez de três spins ½, ela naturalmente tem três
estados, normalmente designados simbolicamente por ∣+1⟩, ∣0⟩, ∣−1⟩ que
é um sistema de três níveis, que fisicamente corresponde a um qutrit.
Ou seja, um tripleto de spins com três spins ½ pode ser
usado para representar um qutrit lógico, escolhendo um subespaço
de três estados ortonormais, mas se for um estado de spin total 1 (como em partículas de spin 1) é fisicamente equivalente a um qutrit. No entanto,
um tripleto de spins não é
automaticamente um qutrit, a menos que seja definida uma
codificação específica.
Um qutrit codificado em tripleto de
spins e o modelo TIF
Com implicações profundas tanto na
estrutura física quanto na informacional da realidade, e partindo do
princípio que a Consciência é um aspecto fundamental da Realidade, então precisamos
de uma nova estrutura teórica para entendê-la, algo que vá além da física
clássica e até da mecânica quântica convencional.
O modelo TIF (Campo Informacional de Tripletos)
é uma estrutura fundamental da realidade composta por trios de spins,
onde cada triplet carrega uma unidade de
informação elementar, constituindo uma base ontológica (dita pré-espacial) de
organização do espaço-tempo, uma rede de entrelaçamentos coerentes (como uma
malha holográfica), e um veículo de codificação informacional que pode estar
ligado à Consciência (Qualia) e à estrutura do próprio Universo. Isso implica
uma estrutura mais avançada que poderá ser preenchida por um tripleto de spins ligado a um qutrit lógico.
Como vimos no exemplo anterior, um tripleto de spins ½ vive num espaço de Hilbert de 8 dimensões
∣0L⟩=∣001⟩, ∣1L⟩=∣010⟩, ∣2L⟩=∣100⟩
Esses três estados representam os três níveis
de um qutrit lógico. Agora, se assumirmos que cada triplet de spins na TIF é
usado para codificar um qutrit lógico, o Campo global pode ser descrito como uma rede de qutrits, em vez de qubits.
Para o modelo TIF corresponde a uma triplicidade natural
uma vez que respeita a sua simetria triádica, que se revela no sistema perfeito
para suportar qutrits em vez de qubits. Por outro lado respeita as hierarquias
geracionais de quarks, leptões e neutrinos que constituem a matéria. Também confere ao modelo um aspecto
informacional superior, dado que um
qutrit carrega mais informação do que um qubit (log23
≈ 1.58), implicando que pode operar com uma densidade
informacional maior, compatível
com um Campo holográfico de altíssima
complexidade portador de Qualia. Assim constituído, torna-se na base ideal
para códigos quânticos topológicos, uma vez que os tripletos de spins organizados em qutrits podem ser usados para implementar códigos de
correcção quântica com base topológica (como os códigos de
Haah, códigos de Fibonacci ou códigos de Levin-Wen) (3).
No
quadro esotérico da Gnose, como temos vindo a explorar, viria de encontro ao
conceito das “Potências” da Pistis Sophia como
mecanismos naturais de correcção quântica inseridos na malha do real. Também
aqui os estados
qutrit podem representar diferentes modos vibracionais ou de Consciência.
Do mesmo modo, se associarmos os estados dos tripletos a níveis de coerência,
fases ou ressonâncias com o Akasha védico ou com estados de Consciência, então
o qutrit fornece uma forma mais rica e elevada de classificação do que o qubit
binário.
O modelo proposto como rede de qutrits pode
ser formalizado assumindo que cada nó da
teia é um tripleto de spins ½:. Se escolhemos um subespaço
tridimensional como codificação de um qutrit lógico, o Campo total
do TIF será então:
onde
cada é o qutrit correspondente ao tripleto i.
Este Campo pode então evoluir, compatibilizado
com a Relatividade Geral, segundo alguma dinâmica (unitária ou
não-unitária) que respeita a coerência entre os qutrits, incorporando
entrelaçamento ou emaranhamento topológico e até fluxos não-locais de
informação (do género defendidos por David Bohm). Assim aplicar a codificação de
qutrits aos tripletos da TIF é não apenas viável, mas provavelmente natural e
vantajoso para o tipo de modelo que desenvolvemos.
Partindo da definição básica do
modelo, podemos criar uma versão matemática para a teia como Campo de qutrits
acoplado à emergência do espaço-tempo, sempre com base em spins ½ e na estrutura lógica coerente, onde cada tripleto será
interpretado como um qutrit lógico, usando um subespaço de três estados
ortonormais.
Sejam três qubits (spins ½), com espaço total:
Escolhemos três
estados ortonormais para codificar o qutrit
lógico:
∣0L⟩=∣001⟩, ∣1L⟩=∣010⟩, ∣2L⟩=∣100⟩
Estes pertencem ao subespaço de Hamming peso 1 (4), com
simetria cíclica C3 associada a
uma simetria informacional.
Definimos a rede global do modelo TIF como um Campo de qutrits sobre uma estrutura discreta Zd, onde d pode ser a dimensionalidade emergente do espaço-tempo:
Logo, cadarepresenta um qutrit lógico,
codificado num tripleto de spins ½
localizado no ponto i.
Como sabemos a topologia da teia, as suas
conexões e padrões de entrelaçamento podem definir o espaço-tempo emergente
através da curvatura emergente (via geometria de entrelaçamento), pela propagação
de perturbações qutritais, e pelo acoplamento com o Campo de Higgs via
simetrias quebradas de SU(3) ⊗ SU(2) ⊗
U(1).
Podemos também aplicar códigos de correcção
quântica para qutrits, como o qutrit Shor
code ou códigos topológicos baseados em qutrits (por exemplo, usando
categorias de fusão tipo Fibonacci).
Num âmbito do quadro esotérico, suporta a
ideia das “Potências” em Pistis Sophia como mecanismos de correcção e
preservação da coerência quântica profunda do Universo. Achamos importante
fazer esta ligação às tradições esotéricas, de modo a não perdermos o “fio da
meada".
A emergência
do espaço-tempo
da rede de qutrits
Baseando-nos na estrutura de entrelaçamento e nos padrões de
coerência quântica. O nosso objectivo é formalizar um modelo em que o entrelaçamento
entre qutrits numa rede discreta (o modelo TIF) dá origem a uma
geometria
emergente, interpretável como espaço-tempo dinâmico.
Programas como Geometria de entrelaçamento (entanglement geometry), Tensor
networks (redes de tensores) como MERA/PEPS, Gravidade
como emergência da informação (Van Raamsdonk, Swingle, etc.), e Códigos de correcção holográficos (Pastawski, Preskill), trataram
assuntos semelhantes.
A topologia da rede (quem está conectado a
quem) é inicial e discreta, mas o que importa para a geometria emergente é o
grau de entrelaçamento entre os qutrits. Para tanto temos de assumir o conceito
chave de que a geometria do espaço-tempo é induzida pela estrutura do
entrelaçamento quântico entre os qutrits do modelo TIF.
Significa por exemplo que mais entrelaçamento
entre dois qutrits implique distância menor e
vice-versa. Formalmente,
podemos definir uma "distância emergente" d(i,j) como função inversa do
entrelaçamento entre i e j, por exemplo:
onde Si:j é uma medida de entropia mútua ou
negatividade entre os qutrits i e j dada por:
Baseando-nos em redes tensoriais como MERA (Multiscale Entanglement Renormalization
Ansatz), podemos modelar a estrutura do modelo TIF como uma rede de
tensores qutritais, onde cada nó é um tensor que liga os estados locais com os
vizinhos. Assim esta profundidade causal na rede define a direcção temporal
emergente, bem como a conectividade define as relações espaciais emergentes.
Deste modo o espaço-tempo aparece como uma rede informacional coerente, com
geometria reconstruída a partir das conexões de entrelaçamento.
A curvatura local e a dinâmica gravitacional
emergem das distorções no padrão de entrelaçamento (como falhas, regiões com
menos coerência, ou excesso de entrelaçamento) que podem provocar um fluxo
informacional anisotrópico (tais como partículas ou Campos).
Estaríamos de acordo com Jacobson, Padmanabhan
e Van Raamsdonk, e a ideia seria ter uma condição de equilíbrio do entrelaçamento
informacional local com a equação de Einstein, isto é, um regime contínuo e
semi-clássico, possibilitando postular que:
onde 𝛿𝑆 é uma variação na entropia de entrelaçamento de uma região
da teia informacional.
Como podemos
estabelecer a ligação com a Consciência?
Se tomarmos que o modelo TIF é uma
malha viva de qutrits entrelaçados, o padrão de coerência global pode
representar um estado universal de Consciência estruturante, em evolução, onde
o espaço-tempo e as suas leis emergem como expressão condensada da teia
informacional. A Consciência, neste cenário, não é localizada, mas reside nos
padrões de coerência e interferência entre os qutrits, como uma forma
holográfica de informação auto-organizada, como temos vindo a defender em
variados textos já aqui referidos.
É importante termos em conta a
construção de um modelo dinâmico do Campo informacional de tripletos do modelo
TIF, compatibilizado com a dinâmica da Relatividade Geral, tendo em conta que
as flutuações locais no entrelaçamento entre qutrits geram curvatura emergente,
ou seja, uma dinâmica do espaço-tempo a partir da rede de qutrits. Para tal
partimos do adquirido que os qutrits
locais são codificados por tripletos de spins ½ e que existem interacções
locais entre qutrits. Com isto temos que estabelecer uma
regra de evolução que induz flutuações no entrelaçamento e, portanto, na
geometria, como uma espécie de mapa que nos permitisse orientar entre essas flutuações e a
curvatura emergente.
Como vimos, cada nó i da rede possui um qutrit lógico, e o total da
rede é dada por
assumindo uma vizinhança local (como um reticulado), onde cada
qutrit i interage com seus vizinhos j ∈ adj(i). Tendo em
conta os modelos de spin SU(3),
usamos geradores de Gell-Mann λa para definir
a dinâmica local entre os qutrits:
O Hamiltoniano total entre qutrits será então dado pela equação:
Estes acoplamentos determinam quanto
entrelaçamento é gerado entre pares de qutrits. Recorrendo a Van Raamsdonk, propomos que a curvatura do espaço-tempo emergente é induzida por variações
locais no padrão de entrelaçamento entre os qutrits. Formalmente, podemos definir um
"tensor métrico emergente" gij como função da entropia mútua ou da negatividade entre os sites i e j:
Se Si:j aumenta, a distância dij diminui, indicando curvatura positiva.
A dinâmica da teia induz evolução do entrelaçamento
dada por esta equação dinâmica,
cuja evolução leva a flutuações de Si:j(t), que alimentam uma curvatura emergente Rij(t) por via de um operador geométrico discreto (como Laplaciano na rede):
Aqui, a derivada temporal ou espacial do
entrelaçamento gera a análoga da curvatura de
Ricci discreta da malha (uma maneira matemática de medir
como o espaço-tempo está curvado localmente em relação ao fluxo e à compressão
de volumes criados pela matéria e energia).
Podemos adicionar uma regra de feedback informacional,
onde a curvatura emergente realimenta os acoplamentos locais:
Assim, o modelo TIF auto-ajusta-se
dinamicamente para manter padrões estáveis de coerência, o que sugere uma
versão quântica e auto-organizada da equação de Einstein.
Resumindo as características do
modelo:
a) O espaço-tempo é uma projecção da
malha de entrelaçamento dos qutrits;
b) A curvatura aparece como uma
resposta da malha à flutuação da coerência;
c) O sistema tem feedback activo como se evocasse as “Potências” da Sophia como
guardiãs da integridade informacional da teia;
d) Finalmente a Consciência é
interpretada como um padrão dinâmico de coerência global da teia, ajustando-se
em tempo real. Uma Consciência que se transforma com qutrits numa
superconsciência!
As partículas fermiónicas (a matéria) são defeitos topológicos do Campo
qutrital (a eterna ilusão)
O nosso objectivo será modelar as partículas
fundamentais como tendo origem em defeitos topológicos informacionais, isto é, surgirem
como padrões localizados e estáveis de entrelaçamento e coerência na rede de
qutrits do modelo TIF.
Esta ideia encontra similitudes conceptuais com a gravidade
como geometria emergente (Jacobson, Van Raamsdonk), ou a matéria como defeito
topológico (Wilczek, Laughlin, Bilson-Thompson), e ainda nos códigos quânticos
topológicos (Kitaev).
Assumimos anteriormente que os estados
da malha são altamente entrelaçados e coerentes e que a geometria emergente
(espaço-tempo) resulta desses padrões de entrelaçamento.
A Ideia chave por detrás da nossa
proposta baseia-se na hipótese de que uma partícula fundamental é uma ruptura
local da coerência topológica da malha, entretanto estabilizada por simetrias e
regras de entrelaçamento. Mas como podem surgir esses defeitos? Torções, twists ou laços de entrelaçamento não
contrácteis (semelhantes a flux tubes que
na QCD (cromodinâmica quântica) aparecem como linhas de força que ligam os
quarks), presença de pontos de descontinuidade no padrão de fase entre qutrits,
ou talvez “distracções topológicas”, como
braids generalizados para qutrits (um braid é o entrelaçamento no tempo
de trajectórias de partículas ou excitações quânticas num plano 2D).
Vamos trabalhar com um formalismo simplificado
(1D/2D), considerando uma malha 2D de qutrits. A cada par (𝑖,𝑗),
associamos um operador de fase relacional:
Se a soma de fases ao redor de um laço for nula
(como em uma rede de gauge plana), temos:
Mas se ocorrer:
teremos um defeito topológico. Logo aquele defeito representa uma curvatura “concentrada”, associada a uma partícula pontual na malha e cuja natureza vai depender do tipo de descontinuidade (fase, simetria, entrelaçamento) da estrutura de simetria local (por exemplo, SU(3) dos qutrits), e da representação da quebra topológica.
Tipo de defeito |
Interpretação física
emergente |
Twist na
coerência |
Partícula com carga (quark/leptão) |
Vórtice de entrelaçamento |
Gera spin ou momento angular
intrínseco |
Quebra de simetria local |
Dá massa via acoplamento ao Higgs emergente |
Os defeitos só permanecem estáveis se
houver energia topológica mínima (como nos solitões), ou forem topologicamente
protegidos (não podem ser desfeitos por perturbações locais), ou se forem
acoplados a padrões coerentes maiores (como códigos de correcção quântica).
Estes três factores permitem associar massa à energia de distorção da malha, carga
ao tipo de simetria quebrada, e spin
ao padrão circular/torsional no entrelaçamento.
Isto conduz a uma interpretação nova
sobre as interacções entre partículas vistas agora como reconexões dinâmicas na
malha de qutrits. Isto é, quando dois defeitos se aproximam provocam distorção
no padrão de coerência local que por sua vez produzem curvatura e atracção/repulsão
entre eles. Também as partículas podem fundir-se ou aniquilar se as topologias
se cancelam. Em qualquer caso o campo de entrelaçamento em volta comporta-se
como um campo gauge efectivo.
Outra interpretação leva-nos a
considerar que cada tipo de partícula pode ser vista como uma espécie de "letra
topológica" de uma linguagem informacional universal. Assim, a matéria é uma gramática de defeitos (a
grande ilusão Maya), mas a TIF é o Campo de sintaxe coerente, e a Consciência
cósmica é o princípio de organização dos padrões.
O Campo Higgs emergente reforça e estabiliza
os defeitos topológicos conferindo massa
Podemos conceber o Campo Higgs como um padrão
coerente de alinhamento qutrital no modelo TIF, que interage com os defeitos
topológicos (futuras partículas), modulando a energia de deformação da teia e
como resultado dando origem a uma massa efectiva como resistência ao defeito.
Lembramos que os defeitos topológicos na teia
de qutrits, prováveis twists,
vórtices, disjunções, são as "partículas", que surgem de rupturas
locais no entrelaçamento, criando curvatura concentrada, mas que podem ser
estabilizados topologicamente, e classificados segundo simetrias internas (como
SU(3), SU(2), U(1)).
O Campo de Higgs nesta hipótese é considerado
um padrão coerente de fase dos qutrits vizinhos, ou seja, um alinhamento
informacional que reduz a energia de certos defeitos, e que formalmente, definimos
como um campo escalar qutrital 𝜙𝑖 em
cada nó 𝑖, e que “vive” num espaço de fases:
Este Campo não é um grau de liberdade adicional, mas um modo colectivo
coerente dos qutrits.
Assim, o defeito topológico (visto como partícula)
modifica localmente o padrão ϕi ,
gerando uma energia potencial:
Mas ao redor de um defeito, temos uma distorção
de 𝜙𝑖 , um desalinhamento da fase, consequentemente
com um Campo de energia aumentado, propulsor de uma massa efectiva dada por:
Ou seja, a massa da partícula é proporcional à
energia de distorção que ela provoca no padrão Higgs do TIF. Faz lembrar a
concepção actual de funcionamento do Higgs!
O Campo Higgs 𝜙𝑖 pode emergir de um estado coerente global dos
qutrits, ou como um modo de condensação informacional espontânea (quebra de
simetria do TIF), ou talvez como um padrão de entrelaçamento estável de longo-alcance,
tipo "Campo constante" de fundo.
Se
os qutrits “vivem” numa simetria SU(3), a presença de 𝜙𝑖 com valor de expectativa não-nulo selecciona
uma direcção privilegiada no espaço de Gell-Mann:
Isto pode gerar modos
massivos (acoplados à 𝜙i),
ou modos sem massa (associados a simetrias preservadas). Ou seja, o mecanismo padrão
de Higgs emerge naturalmente do alinhamento informacional da rede TIF.
O Higgs pode ser
entendido como um mecanismo de resposta colectiva da malha da TIF à presença de
certos defeitos para preservar coerência, como equilíbrio dinâmico da coerência
local, em que a massa da partícula é uma medida da resistência da malha à
deformação. Podemos inferir daqui que defeitos mais massivos, de âmbito
cosmológico, geram maior curvatura no espaço-tempo emergente, associando-se com
estruturas como Buracos Negros ou aglomerados invisíveis, enquanto ao nível do
microcosmo, defeitos leves associam-se a partículas elementares de baixa massa
ou mesmo flutuações quânticas. O modelo interpreta a massa como índice da disrrupção
coerente, ligando directamente informação - geometria - massa.
Partimos do princípio
que o Higgs é um Campo fundamental interno, uma auto-organização coerente da
teia informacional, que revela uma dimensão interna do modelo da TIF,
relacionada com a manutenção da harmonia dos entrelaçamentos. Daqui derivamos
que cada defeito corresponde a uma disrrupção específica na malha de qutrits (considerando
os tripletos de spins ½), que a massa
não é uma propriedade intrínseca de uma partícula, mas uma resistência à
coerência, ou seja, quanto o defeito perturba o campo 𝜙 e distorce a rede informacional subjacente, e
que a massa topológica emerge de aspectos como o grau de não-localidade,
curvatura gerada, e nível de entrelaçamento quebrado ou torcido. Podemos assim
construir uma Tabela de massas topológicas, desde que assumamos critérios para
definir esta massa topológica. Assim adoptamos uma função de massa topológica
associada ao defeito, dada por
onde:
T(D)
é o
grau de torção do entrelaçamento informacional (vorticidade qutrital),
C(D),
o
nível de curvatura induzida na malha da TIF (deformação topológica),
Ω(D), um número de
vínculos rompidos ou reconfigurados (disrrupção do entrelaçamento),
α,β,γ são
constantes que calibram a geometria da rede.
Tabela de Massas Topológicas no modelo TIF
Tipo de Defeito Topológico |
Símbolo |
Descrição Informacional |
Massa Topológica Relativa |
Correspondente Física Possível |
Monopolo Qutrital |
DM |
Quebra radial de coerência em torno de um ponto |
Alta |
Matéria Escura pesada, Buraco Negro primordial |
Vórtice de Tripletos |
DV |
Torção angular no entrelaçamento helicoidal dos spins |
Média-alta |
Axions?, vórtices cósmicos |
Disclinação Informacional |
Dθ |
Desalinhamento angular entre domínios qutritais |
Média |
Neutrinos massivos ou de Majorana |
Dislocação Linear (string) |
DL |
Falha linear na malha qutrital, como linha de falha |
Alta |
Filamentos cósmicos |
Bicamada de Domínios |
DB |
Transição abrupta entre dois estados coerentes |
Baixa |
Matéria ordinária |
Vazio Informacional Localizado |
D0 |
Região onde nenhum dos 3 estados qutritais se manifesta |
Muito baixa |
Flutuação do vácuo, energia de ponto zero |
Entrelaçamento Frustrado |
DF |
Topologia que impede coerência estável entre tripletos vizinhos |
Média-baixa |
Matéria exótica leve |
Defeito Topológico Nulo |
∅ |
Estado coerente ideal sem perturbações |
Zero |
Fotão, Gluão (sem massa, pura coerência) |
O modelo
cosmológico ΛCDM e o Campo Informacional de Tripletos
A cosmologia ΛCDM (lê-se "Lambda-CDM")
é o modelo cosmológico padrão da física actual, a teoria mais amplamente aceite
para descrever a origem, evolução e estrutura do Universo em larga escala. Λ
(Lambda) representa a Constante Cosmológica, associada à Energia Escura, que pressupõe
ser a causa a expansão acelerada do Universo, enquanto CDM (Cold Dark Matter), refere-se à Matéria Escura
fria, ou seja às supostas partículas massivas, lentas e invisíveis, que
interagem gravitacionalmente mas não foram detectáveis até agora, e que se
supõe tenham um papel na estruturação das galáxias e respectivos aglomerados.
Segundo
este modelo ΛCDM o Universo apresenta esta composição:
Componente |
Símbolo |
Fracção
actual (aproximada) |
Energia Escura |
Λ |
~68% |
Matéria Escura |
CDM |
~27% |
Matéria bariónica (visível) |
B |
~5% |
Radiação (fotões, neutrinos) |
γ, ν |
<0.1% |
Até agora as observações tem fundamentado este
modelo, explicando a radiação cósmica de fundo (CMB) e algumas das suas
flutuações, a abundância de elementos leves em resultado da Nucleosíntese do
Big Bang, mas também a outro nível de grande escala a formação das grandes
estruturas filamentares constituídas por galáxias e aglomerados de galáxias,
bem como o desvio para o vermelho das supernovas distantes cujo estudo tem
justificado a expansão acelerada do Universo.
Contudo, as observações recentes do telescópio
espacial James Webb (JWST), tem colocado desafios incontornáveis à
fundamentação do modelo ΛCDM. Embora o ΛCDM continue sendo o modelo dominante
na Cosmologia, os dados do JWST colocaram em evidência tensões e anomalias
significativas que podem indicar a necessidade de uma nova cosmologia.
Alguns daqueles aspectos revelados pelo JWST
dizem respeito à presença de galáxias massivas e “maduras” logo na fase
considerada inicial da expansão, galáxias surpreendentemente grandes, densas e
evoluídas em épocas muito próximas ao Big Bang com redshifts 𝑧>10, apenas ~300-400 milhões de anos. Segundo
o ΛCDM, não haveria tempo suficiente para tanta estrutura ter sido formada com
base apenas em colapsos gravitacionais a partir das flutuações constatadas na
radiação cósmica de fundo (CMB).
A presença de distribuições morfológicas
inesperadas evidenciadas por algumas galáxias distantes com discos ordenados,
braços espirais plenamente formados, ou formas regulares já muito avançadas,
inviabilizou o que seria espectável nesta fase, nomeadamente objectos muito
mais caóticos e fragmentados. Depois a existência de uma formação estelar muito
elevada, dezenas de vezes maiores do que a prevista pelo modelo ΛCDM e que não
seria compatível para galáxias primitivas.
Por outro lado constatou-se uma Tensão de
Hubble exacerbada, uma discrepância entre o valor de 𝐻0
medido localmente e aquele inferido a partir do CMB, sugerindo que o ΛCDM pode
não ser válido para todas as escalas e/ou épocas cósmicas.
Estas falhas reforçam a necessidade de outro
modelo mais fundamental, que forneçam uma base ontológica e informacional para
o surgimento das estruturas cósmicas.
Propomos aqui uma extensão do paradigma
cosmológico à luz do Campo Informacional de Tripletos do modelo TIF, um modelo
baseado na codificação informacional do espaço-tempo através de tripletos de spins-qutrits formando qutrits lógicos. Os
efeitos informacionais e topológicos do modelo TIF podem explicar as observações
do JWST, oferecendo uma interpretação coerente para a origem precoce de
estruturas, a formação estelar intensa e a morfologia ordenada nas galáxias
primordiais.
Deste modo consideramos que a Matéria Escura
(ME) não é um conteúdo adicional, mas a própria estrutura de base da realidade,
composta por tripletos de spins
codificando qutrits lógicos, cuja função é suportar a geometria e a coerência
do espaço-tempo, ainda que invisível às interacções electrofracas.
Esta ideia tem por base um conjunto de
características atribuídas à Matéria Escura, tais como a sua invisibilidade electromagnética
que é justificada com o modelo TIF, por operar num nível pré-local, anterior à
emergência de campos clássicos como o electromagnetismo, em que a sua malha não
interage directamente com fotões e deste modo comportando-se como transparente
à luz, exactamente como a Matéria Escura.
Outra característica da ME tem a ver com o acoplamento
gravitacional. O modelo TIF sustenta e curva a geometria do espaço-tempo
emergente, o que significa que a sua presença gera gravidade, mas sem outros
canais de interacção, correspondendo ao comportamento observado da ME. Também
neste âmbito foi constatada o que parece ser uma distribuição não uniforme e
estruturante da ME. Neste caso o modelo TIF, com zonas de maior densidade informacional
(clusters de defeitos ou tensores de coerência), forma uma malha não uniforme,
explicando por que a ME se acumula em halos galácticos, como se orientasse a
formação de estruturas.
Uma outra interpretação relativa à presença de
uma estabilidade ontológica que corresponde ao papel da ME como “andaime
invisível” da realidade, é também assumido pela característica da teia de
tripletos ser auto consistente e resiliente, ou seja a massa efectiva da ME
seria então o eco topológico da coerência básica da TIF.
Estas implicações conceptuais podem ser resumidas no
quadro seguinte:
Aspecto |
Interpretação
no TIF |
Matéria escura |
A própria estrutura fundamental da realidade,
o TIF |
Massa escura |
Resultado do entrelaçamento coerente entre tripletos
qutritais |
Não observabilidade directa |
Falta de acoplamento com modos
emergentes (ex: fotões) |
Gravidade gerada |
Curvatura do espaço-tempo como efeito
secundário da malha qutrital |
Interacções exóticas possíveis |
Apenas via perturbações não-locais,
estados de coerência alterados |
Infere-se então que a matéria visível seria um
defeito dentro da estrutura da matéria escura, como uma ondulação localizada na
malha TIF. A antimatéria poderia ser interpretada como uma reversão local da orientação
de tripletos na rede, como já referimos em textos anteriores.
Em conclusão, os dados do JWST indicam que a
estrutura do Universo primitivo pode ser mais organizada, coerente e
energeticamente rica do que permite o modelo ΛCDM. O modelo TIF oferece uma
estrutura ontológica alternativa onde informação, coerência e topologia
desempenham papéis centrais na formação das estruturas e na dinâmica cósmica. Abre
caminho para uma nova cosmologia participativa, onde a Consciência e a
organização informacional são elementos estruturais do Universo em si.
Cosmologia
Informacional baseada no modelo TIF
Como vimos
anteriormente existem limitações e motivos para ir além do modelo ΛCDM, apesar
do sucesso as naturezas da Energia Escura e da Matéria Escura ainda são
desconhecidas (Λ e CDM), para além da existência de um conjunto de problemas
nas escalas mais pequenas, como a falta de satélites galácticos (missing satellites problem), e de núcleos
galácticos mais difusos que o previsto (cusp-core
problem), para não falar da chamada "Tensão da Constante de
Hubble" uma vez que diferentes métodos de medida dão resultados diferentes
para 𝐻0.
Globalmente todos estes problemas contribuem para a necessidade de se pensar
num novo modelo.
Neste quadro, para apreciarmos a contribuição
do modelo TIF, temos que proceder à sua integração com o modelo cosmológico
ΛCDM, de modo que as densidades da Matéria Escura (CDM) e da Energia Escura (Λ)
possam emergir como efeitos secundários da estrutura e coerência da Teia
Informacional Fibrada Fundamental (TIF).
Para tanto, temos
que considerar a equação de Friedmann que descreve a expansão do Universo dada com
os termos de Λ e CDM:
onde
H(t),
é
a taxa de expansão no tempo t
H0 a constante de
Hubble hoje
Z é
o redshift
Ω
representa as densidades relativas respectivamente de Λ (energia
escura), m (matéria escura + matéria
bariónica), r (radiação) e k (curvatura).
Para conferir
compatibilidade entre estes dois modelos teremos que proceder a substituições
que envolvem aspectos conceptuais, tais que:
Termo ΛCDM |
Interpretação no modelo TIF |
ΩΛ |
Energia Escura
= coerência global da malha TIF,
ϕ(t) |
ΩCDM |
Matéria Escura
= densidade informacional de
tripletos qutrits, ρTIF(t) |
Ωb |
Matéria
bariónica = defeitos localizados e desacoplados |
O que nos conduz a uma Equação de Friedmann Modificada, que passamos a designar por
ΛTIF-CDM:
em que
ϕ(t) ∈ [0,1] traduz o grau de coerência informacional global
da malha TIF (1 = totalmente coerente, 0
= caos), onde 𝛼𝜙 é um factor de acoplamento da coerência à
métrica do Universo, ou seja, quanto menor a coerência, maior o
"desarranjo" da malha e maior o efeito de expansão acelerada (Energia
Escura) em função da evolução da coerência (Campo 𝜙) e da densidade de tripletos. Significa o decaimento
lento da densidade de tripletos activos com o tempo, o que pode representar a
dissolução progressiva da estrutura informacional bruta, ou a condensação em
padrões mais subtis (Consciência).
Nesta integração
dos dois modelos esperam-se resultados tendo em conta quatro cenários:
a) Em épocas antigas com ϕ ≈ 0 e elevado valor ρTIF, implica um
Universo dominado por curvatura e expansão acelerada.
b) Em épocas intermediárias com um ϕ de
0.5
e um ρTIF estável
existirá um domínio da matéria
escura funcionando como estruturadora das primeira galáxias.
c) Hoje com ϕ → 0.7 e um ρTIF decaindo
predomina uma aceleração cósmica moderada.
d) No futuro com ϕ → 1 e
ρTIF → 0, a malha estará totalmente coerente, e o Universo reintegrar-se-á
com o fim
do tempo físico.
Nestes cenários
cada etapa da história do Universo pode ser interpretada como uma fase
topológica da Teia Informacional, com 3 etapas principais dadas pela Era da Inflação (o inflaton) onde predomina um
estado quase homogéneo e altamente ordenado de coerência inicial (entropia baixa),
logo seguida pela Era da Matéria Escura
com o domínio de tripletos organizam as estruturas (a emergência do
espaço-tempo e da Bariogénese, também a época em que é definida a predominância
da matéria sobre a anti-matéria), o
campo inflaton decai em partículas,
gerando radiação e matéria quente, o “reheating”,
o Universo aquece e enche-se de partículas, ondas, e flutuações. Esta é a fase
em que a entropia aumenta drasticamente. Por fim a Era da Consciência Cósmica em que se dará a ascensão de 𝜙 devido à reintegração informacional com o
Hiperespaço.
A fase
inflacionária corresponderia a um estado coerente, quase-puro e altamente
simétrico da teia.
A transição para
o Universo quente (pós-inflação) seria a quebra da coerência informacional
local, libertando entropia como uma cascata de correlações, excitações e
entrelaçamentos locais. A inflação reflecte menos entropia, enquanto o colapso
do inflaton (reheating) inaugura a avalanche de complexidade que conhecemos como
Universo. A justificação plena do
paradoxo ligado a um estado de entropia baixa no início do Big Bang.
Este cenário global enquadra-se com a teoria CCC - Cosmologia Cíclica Conformal de Roger Penrose ou com os ciclos de Manvantaras e Pralayas dos Vedas.
Destacamos a unificação
numa visão única da Matéria Escura e Energia Escura, tornando o universo não
apenas espacialmente estruturado, mas ontologicamente dirigido à coerência.
Sobretudo introduz uma dimensão participativa representada pela Consciência
como factor Real na evolução cosmológica.
Por fim,
integramos esta abordagem com os ciclos simbólicos das cosmogonias sagradas védicas
e da Gnose como os Yugas, Kalpas e os processos de correcção e ascensão
descritos na Pistis Sophia, que sugerem também uma Cosmologia Cíclica Informacional.
A estrutura dinâmica do modelo TIF permite reinterpretar os ciclos cósmicos tradicionais em termos de variações na coerência informacional do Universo. Os Yugas e Kalpas da tradição védica, assim como os ciclos de queda e ascensão descritos na Pistis Sophia, podem ser entendidos como fases de compressão e rarefacção da rede informacional, com mudanças na topologia e na densidade dos tripletos-qutrits.
Durante períodos de alta coerência (Satya Yuga ou Pleroma), a malha TIF é ordenada, permitindo manifestações de Consciência mais profundas e estruturas mais harmónicas. Em fases de baixa coerência (Kali Yuga ou o caos nas dimensões inferiores em Pistis Sophia), predominam os defeitos topológicos, a fragmentação e a separação. A evolução cósmica, assim adquire um carácter não apenas físico, mas ontológico e espiritual, unificando ciência, simbolismo e consciência.
Os dados actuais
do Telescópio Espacial James Webb (JWST) indicam que a estrutura do Universo
primitivo pode ser mais organizada, coerente e energeticamente rica do que o
modelo ΛCDM permite. O modelo TIF oferece uma estrutura ontológica alternativa
onde os aspectos fisicalistas relativos a informação, coerência e topologia
desempenham papéis físicos centrais na formação das estruturas e na dinâmica
cósmica. Ao integrar essa abordagem com ciclos simbólicos tradicionais,
propomos uma cosmologia informacional cíclica, onde o universo emerge e se
reorganiza em ondas de coerência, reflectindo tanto leis físicas quanto os arquétipos
espirituais fundamentais que a filosofia discute, nomeadamente a origem da
Consciência.
A confirmação do
modelo TIF passa forçosamente, não por epifanias (ajudavam, mas são cada vez
mais raras), mas por dados experimentais e observacionais. Nestas incluímos por exemplo a
possibilidade de detecção
indirecta de massas topológicas associadas a defeitos informacionais. Os
telescópios de ondas gravitacionais como o VIRGO e o LIGO (Laser Interferometer Gravitacional-Wave Observatory) serão os
instrumentos mais adequados para detectarem os colapsos topológicos ou as
interacções entre domínios informacionais.
Também o modelo
TIF prevê um comportamento oscilatório da função ϕ(t) na coerência global que implicaria variações
cíclicas na taxa de expansão do universo, diferentes da evolução suave prevista
por ΛCDM, e aqui observações precisas da Constante de Hubble em diferentes redshifts podiam revelar essas longínquas
assinaturas.
A topologia
coerente do TIF pode também produzir efeitos do tipo lente gravitacional que não
sejam atribuíveis à massa bariónica ou à Matéria Escura, sugerindo uma "lente
quântica informacional" que seria revelada por análises de desvios anómalos.
A distribuição de
anisotropias no fundo cósmico de micro-ondas (CMB), podiam derivar de uma correlação
entre a malha informacional primordial e as flutuações de temperatura exibindo
padrões distintos dos previstos pelo modelo inflacionário padrão.
CONCLUSÃO
O modelo TIF
propõe uma ontologia de natureza informacional fundamental de onde a realidade
fenoménica constrói-se a partir de uma teia de tripletos de spins entrelaçados, que codificam
unidades lógicas do tipo qutrit. Esses higher
qutrit spin triplets constituem a base de uma rede coerente que não apenas
sustenta a emergência do espaço-tempo, mas também articula os padrões
formativos das partículas elementares, e os Campos das forças bosónicas.
No âmago do modelo, cada triplet de spins realiza uma codificação não apenas lógica, mas topológica e geométrica, permitindo representar tanto graus de liberdade informacionais quanto valores discretos de curvatura ou entanglement quântico. Essa teia estabelece um campo informacional fundamental, anterior ao próprio espaço-tempo clássico e à sua curvatura gravitacional, cuja estrutura pode ser descrita por meio de Fibrados quânticos definidos sobre um espaço base ainda não manifestado – o chamado pré-Espaço Fibrado.
Este pré-Espaço
age como interface hiper-dimensional entre o Absoluto ontológico (que
denominamos de Hiperespaço) e o domínio fenoménico do espaço-tempo. Aqui, o Campo
de Higgs desempenha um papel crucial, não apenas como mediador da massa, mas
como filtro ressonante ou "brana ontogénica", regulando a transição
de estados latentes da teia para manifestações físicas mensuráveis. Essa
mediação é tratada como uma função seccional do Fibrado, que selecciona modos
vibracionais específicos da teia, conduzindo à quebra espontânea de simetria e
à emergência das partículas fermiónicas.
Tais partículas
emergem em tríades geracionais, reflexo directo das replicações triádicas características
dos tripletos que informam o modelo TIF. Cada geração pode ser vista como um
modo ressonante distinto da estrutura fundamental de qutrits, como se o Universo
modulasse, sobre a mesma base tripletada, diferentes configurações de
acoplamento com o Campo de Higgs e com a métrica emergente.
Este modelo
fornece assim uma estrutura coerente onde:
a) o Espaço-Tempo é uma projecção macroscópica de uma rede de qutrits spinoriais entrelaçados;
b) o pré-Espaço Fibrado
funciona como domínio mediador, ainda não colapsado em coordenadas
espaço-temporais;
c) o Campo Higgs é reinterpretado como se a massa da partícula fosse uma medida da resistência da teia à deformação e como interface da emergência, onde os potenciais do Hiperespaço Absoluto se tornam realidade física;
d) as partículas elementares são modos de
excitação da teia, organizados em tríades geracionais que reflectem o padrão
estrutural fundamental da tripletização criando um novo conceito de Modelo Padrão
da Física das Partículas. São consideradas como defeitos topológicos estáveis
por 3 factores principais que permitem associar massa à energia de distorção da teia, carga ao tipo de
simetria quebrada, e spin ao padrão torsional;
e) o carácter higher-spin dos tripletos permite codificações não apenas de
estados individuais, mas de ligações topológicas complexas, como fluxos, braids e curvaturas discretas que dão
forma às interacções fundamentais e à gravidade não-bosónica;
f) os fenómenos de correcção quântica de erros mantêm a coerência desta estrutura, e elencámos os códigos topológicos como os de Levin-Wen ou de Fibonacci como sendo modelos candidatos preferenciais;
g) à escala cosmológica, a organização filamentar do Universo, a existência dos Buracos Negros, da predominância da matéria sobre a anti-matéria, o paradoxo da entropia no Big Bang e os ciclos cosmológicos conformais assim como a natureza da Matéria e da Energia Escuras são alvo de um enquadramento global;
h) o papel primevo da Matéria Escura como eco topológico do framework da higher qutrit spin triplets web (HQSTW) e “andaime” estruturante do Universo nascente;
i) a Consciência é interpretada como um padrão dinâmico de
coerência global da teia, com ajustamentos em tempo real. Uma consciência que
se transforma com qutrits numa superconsciência, e da qual, segundo a teoria
Orch-OR de Penrose-Hamroff, apenas partilhamos por sintonia quântica neuronal.
Por fim, o modelo
TIF propõe um paradigma onde a Física deixa de ser apenas o estudo daquilo que
emerge, e passa a ser também a cartografia das condições profundas dos
fenómenos da emergência, fundamentalmente um mapeamento da ontogénese do Ser e
da Consciência a partir de uma lógica quântica triádica, reflectindo uma ordem
holoinformacional e fractal que precede o espaço, o tempo e a matéria.
Este modelo, conceptualmente
centrado num framework de higher qutrit spin triplets web (HQSTW),
apresenta-se como uma tentativa de unificação ontológica entre os fundamentos
da física quântica, a emergência do espaço-tempo e uma cosmologia informacional
que antecede a manifestação fenoménica. Ao articular tripletos de spins como unidades lógicas elementares
de uma teia holoinformacional e fractal, este modelo não apenas descreve a
física das partículas e das interacções fundamentais, mas também reflecte
princípios ontológicos milenares presentes nas grandes tradições metafísicas da
humanidade.
Um mesmo fio
codificado percorre todas essas tradições.
Neste sentido
podemos recorrer aos Upanishads, onde a Realidade última (Brahman) é descrita
como o fundamento silencioso, imperecível, anterior ao espaço e ao tempo, do
qual o mundo dual manifesto (Namarupa) emerge. Essa emergência ocorre por
vibração (spanda) do Absoluto no seio do Akasha, o éter subtil. Neste contexto,
o TIF pode ser interpretado como uma estrutura de Akasha codificado, onde cada
tripleto de spins representa uma
vibração quantificada da Consciência primordial (Chit), codificando a passagem
de Sat (o Ser) à manifestação. O Atma–Budhi–Manas, trigono superior da
constituição septenária teosófica, encontra similitude directa com a estrutura
HQSTW fundamental que sustentam os diferentes planos da emergência. Aqui Atma
será o reflexo mais chegado do Absoluto representado pelo Campo pré-Espaço Fibrado
primevo; Budhi como o próprio espaço-tempo expresso nos tripletos de spins
codificados em qutrits, e Manas como o gerador das formas mentais/espaciais
holomórficas. Globalmente o trigono da Consciência.
Do ponto de vista
da Gnose da Pistis Sophia, o modelo TIF pode ser visto como um campo de correcção
ontológica, uma rede de “potências” que restaura, pela codificação tripletada e
pela correcção quântica de erros (o Akasha como memória), a harmonia perdida
nas emanações desviadas (o húbris dos Aeons). Cada tripleto comporta-se como
uma unidade de equilíbrio entre Luz e Trevas, funcionando como código de emenda
e ascensão, tal como os mistérios gnósticos descrevem a trajectória da alma
aprisionada que, pela reintegração das “Potências Superiores” (os Doze e os Trinta
Éons), retorna ao Pleroma. A estrutura triádica dos qutrits vibracionalmente
constituindo camadas, reproduz o padrão de ascensão por tríades sucessivas de
consciência, tal como as três regiões principais da Pistis Sophia: o “Tesouro
da Luz”, os “Aeons Inferiores” e o “Caos”.
Na Kabbalah, a “Árvore das Sephirots” constitui um arquétipo do desdobramento do Infinito ou do Absoluto (Ein Sof) em manifestação. A própria disposição sefirótica (três colunas, dez emanações, conexões numéricas e qualitativas) faz lembrar o modelo TIF, onde os tripletos são os nós informacionais entrelaçados por conexões quânticas. Os três pilares, Severidade (Geburah), Misericórdia (Chesed) e Equilíbrio (Tiferet), reflectem a estrutura simétrica dos tripletos, que operam como mediadores do fluxo informacional entre os domínios superiores (na Cabala: Keter, Binah, Chokmah, também correspondentes ao Ternário teosófico) e os inferiores (Yesod, Hod, Netzach, Malkuth, correspondentes na teosofia ao Quaternário). O TIF é então análogo ao fundo vibracional daquela “Árvore”, no qual as Sephirots são projecções de tensores de spin organizados informacionalmente.
Por fim, no
sistema da Constituição Septenária da Teosofia, o TIF oferece uma base física
para as sete camadas do ser: do Atma ao corpo físico (Sthula Sharira). Cada
nível pode ser representado como um modo de coerência diferente da teia de
tripletos, com as três camadas superiores (Atma-Buddhi-Manas) situadas no
pré-espaço fibrado, e as quatro inferiores (Kama-manas, Linga Sharira, Prana
Sharira e Sthula Sharira) manifestando-se via o acoplamento com o campo de
Higgs, que actua como um filtro vibracional descendente, regulando quais
padrões de spin tripletado,
manifestam-se respectivamente como Força Nuclear Forte (Kama Manas), Força
Nuclear Fraca (Linga sharira), Força Electromagnética (Prana Sharira) e Matéria
Fermiónica (Sthula Sharira).
Para maior pormenor deste assunto poderá consultar o texto “137 e a Constituição Septenária”, publicado no blog anteriormente referido.
O modelo TIF não
é apenas um esquema físico-informacional, mas uma estrutura gnoseológica
profunda entendida como uma chave descodificadora entre física moderna e
sabedoria ancestral. A ontogénese do espaço-tempo, a emergência das partículas,
e as tríades geracionais tornam-se expressões de uma lógica universal triádica,
enraizada na vibração primordial da Consciência.
Neste enquadramento,
ciência e tradição espiritual não se opõem, mas convergem numa cosmologia
unificada.
NOTAS
(1)
O que são estados ortonormais?
Imagine que está numa
sala e quer descrever qualquer direcção possível dentro dela. Pode usar duas
direcções principais como referência, uma para a frente (por exemplo, o eixo x)
e outra para o lado (por exemplo, o eixo y). Estas duas direcções são
perpendiculares, formando 90° entre si, ou seja são ortogonais e podem ter um
comprimento equivalente à unidade (a 1, ou seja, são "unitárias") o
que equivale dizer que são normalizadas. Quando uma direcção (ou vector) é
ortogonal e normalizada, diz-se ser ortonormal, e quando temos várias direcções
ortonormais entre si, temos um conjunto ortonormal. Se os estados forem
ortonormais, pode medir-se um sistema e saber exactamente em qual desses
estados ele está. É como ter um conjunto básico de peças de Lego para montar
qualquer outra configuração.
(2)
Quando desenhamos um ponto numa folha de papel, criamos um espaço bidimensional
(2D), mas quando nos movimentamos num quarto, estamos num espaço tridimensional
(3D). Agora o espaço de Hilbert será um espaço com infinitas direcções
possíveis, onde cada ponto e os “vectores” representam um estado possível de um
sistema físico. Cada vector é um estado possível que podem ser somados e
multiplicados por números (operação normal com vectores), e existe um produto
interno (como o produto escalar), que nos diz o quão “semelhantes” dois vectores
são e na física quântica qual a hipótese de transição de um estado para outro.
Também é completo, significando que não faltam vectores, ou seja que qualquer
sequência que tende para um vector está dentro do espaço, garantindo que o
espaço seja “inteiro”.
Um qubit pode estar no estado ∣0⟩, no estado ∣1⟩ ou em
qualquer combinação deles como ∣ψ⟩ =
α∣0⟩ +
β∣1⟩ com ∣α∣2 + ∣β∣2 = 1. Todos estes
estados formam um espaço de Hilbert de 2 dimensões, como um globo com infinitas posições
de estado definidas na sua superfície, a chamada de esfera de
Bloch.
(3)
Os códigos de Haah, também conhecidos como Haah's
cubic code, são um tipo muito especial de códigos de correcção de erros
quânticos com propriedades extremamente incomuns e fascinantes, propostos por
Jeongwan Haah em 2011 e fazem parte do estudo da matéria topológica fractónica
(envolve padrões fractais numa nova
classe de matéria onde as partículas fundamentais têm mobilidade muito restrita
ou nula) e da memória quântica robusta (para guardar informação quântica por
muito tempo sem precisar de correcções activas constantes). Por outro lado Os
códigos de Fibonacci e os códigos de Levin-Wen são tipos de códigos topológicos
quânticos relacionados com estados da matéria exótica e à computação quântica
topológica. Surgiram a partir de modelos onde a informação é protegida por
propriedades globais e topológicas do sistema, o que os torna ideais para
computação quântica tolerante a falhas. Enquanto Os códigos de Fibonacci (porque
o número de estados possíveis cresce como a sequência de Fibonacci), baseiam-se
em “qualquerões” (ou anyons, partículas
que não são bosões nem fermiões) de Fibonacci, que são um tipo especial de
quasipartícula não-abeliana que aparece em certos sistemas topológicos bidimensionais,
os códigos de Levin-Wen surgem de um modelo proposto por Michael Levin e
Xiao-Gang Wen em 2005, representando modelos de rede ou lattice models que descrevem estados de matéria topológica com “qualquerões”
não-abelianos. Como são importantes na descrição de fases fundamentais do
vácuo, há quem proponha que o próprio espaço-tempo possa emergir de algo
parecido com uma rede Levin-Wen quântica.
Este assunto da
correcção quântica de erros foi antecipadamente proposta em textos nossos
anteriores, e constituem uma das áreas mais profundas e fascinantes da física
teórica moderna assentes na ideia de que o espaço-tempo pode emergir de padrões
quânticos de entrelaçamento, e que os códigos topológicos como os de Levin-Wen
ou de Fibonacci são modelos candidatos para essa emergência. Havíamos ensaiado
a essa proposta no texto sob o título “Uma Tentativa de Síntese”, ao
estabelecer um paralelo entre a Constante de Fibonacci, o triângulo de Pascal
ao conterem “padrões que lembram códigos corretores de
erros quânticos, que são essenciais para manter a estabilidade de sistemas
quânticos. A nossa aposta é a de que a estrutura do espaço-tempo siga também
uma organização combinatória, possibilitando a existência de mecanismos
internos de correcção quântica de erros, assegurando que informações do éon
anterior sejam recuperadas no ciclo seguinte.” A ideia subjacente ao modelo
TIF é que o espaço-tempo não é fundamental,
mas sim uma emergência colectiva de graus
de liberdade mais profundos de natureza informacional e quântica.
É aqui que entram os modelos como os de Levin-Wen, Fibonacci, e até Haah que podem
ser entendidos como redes quânticas discretas, onde cada ponto da rede
representa um grau de liberdade local (um qubit, ou algo mais exótico como
qutrit). A estrutura global desses pontos e as ligações entre eles geram propriedades
topológicas estáveis não dependem da geometria comum, mas da forma como estão
entrelaçados ou emaranhados (entangled).
Isto tem implicações profundas na física, das quais uma leva a pensar que o
vácuo quântico pode ser uma rede de fios quânticos (strings) que vibracionalmente originam as partículas conhecidas,
fotões, fermiões e “qualquerões” como nós e entrelaçamentos topológicos. Os
próprios Campos fundamentais da física, como o electromagnetismo, deveriam
manifestar-se pela dinâmica de entrelaçamento ou entanglement desta rede.
No
caso dos códigos de Fibonacci, cada operação de "trançar" ou de
“fusão” de partículas pode ser entendida como transformações no tecido do
espaço-tempo em que aquelas leis topológicas de fusão ou “trancar” dos “qualquerões”
poderiam ser os seus "axiomas microscópicos". Ou seja, Se o
espaço-tempo emerge do entrelaçamento quântico profundo, então a estrutura do Universo
pode ser um imenso código de correcção de erros topológico, como propomos no
modelo TIF.
O
conceito de Campo informacional de tripletos do modelo TIF,
pode ser formulado em vários níveis, físico, matemático e ontológico. No
domínio físico, a geometria do espaço-tempo
no modelo TIF emerge da topologia do entrelaçamento dos tripletos,
exactamente como nos modelos Levin-Wen ou redes holográficas. Em termos
matemáticos o TIF pode ser formalizado como um tipo de rede categórica
quântica, com regras semelhantes às dos modelos topológicos, mas com semântica
informacional mais explícita. Tal como os códigos de Fibonacci também o TIF
pode ser formulado com uma álgebra de fusão de
tripletos. Do ponto de vista ontológico, os códigos preservam informação de
forma resistente a erros, do mesmo modo que o TIF cria padrões semelhantes a
fractões, então gera auto-estabilidade topológica na rede, levando a que a
informação armazenada nos tripletos seja resistente a perturbações locais, ou
seja, a informação fundamental do Universo é protegida pela sua própria
estrutura, como se o TIF, como estrutura fractónica e topológica, pudesse ser a
base de uma memória cósmica holográfica auto-estabilizada. Assim, o TIF realiza um “karma informacional
quântico”, onde a coerência global da Realidade é mantida por códigos
auto-estabilizantes. Deste modo, integramos os conceitos
védicos de Akasha e Karma com os “mecanismos” de
equilíbrio informacional do Universo, dado que os códigos topológicos são,
essencialmente, mecanismos de correcção de erros, e a estrutura do TIF contem códigos
de correcção embutidos, em que as informações incoerentes (erros) são
“compensadas” ou “balanceadas” num processo automático análogo à forma como um
código topológico detecta e corrige erros locais sem intervenção externa. Para
além do mais, estas “geometrias” de entrelaçamento podem lembrar estados específicos
da Consciência, tal como no ternário Atma, Budhi, Manas.
Assim englobamos ciência e arte nos seus
simbolismos mais profundos onde o Número de Ouro (também conhecido como a
Proporção Divina) é o resultado matemático da proporção
da
qual se extrai o valor da “constante” infinita 1.61803399... (a Constante de Fibonacci) que representa a
perfeição e a beleza na Natureza. O Universo como rede de processamento simbólico, onde o
espaço-tempo e a matéria são interpretações “geométricas” de um substrato
lógico-topológico quântico saídas de um pré-espaço Fibrado em interface com o Hiperespaço, o Absoluto,
a Consciência Pura.
A própria Perfeição e Beleza como arquétipos
no seio da Unificação!
(4) O subespaço de Hamming é um conceito que aparece na
teoria da informação e na teoria de códigos, especialmente no contexto de
códigos de correcção de erros. O espaço de Hamming é como um cubo de n
dimensões com todos os vectores possíveis, enquanto o seu subespaço é como um
plano interno ao cubo, contendo apenas os vectores válidos do código, ou seja,
aqueles que carregam a informação protegida.
(5) As matrizes de Gell-Mann são uma generalização das
matrizes de Pauli para sistemas de três estados tais como um qutrit (em vez de
um qubit). As matrizes de Pauli (𝜎₁, 𝜎₂,
𝜎₃) são os geradores do grupo SU(2) que descreve a
simetria de sistemas com dois estados (qubits, spins ½), ao passo que as matrizes de Gell-Mann são os geradores do
grupo SU(3) que descreve simetrias de sistemas com três estados (qutrits,
partículas com 3 “sabores” como os quarks).
No modelo TIF os tripletos de spin ½ são usados para codificar qutrits, e deste modo, as matrizes de Gell-Mann podem representar observáveis e operações dos qutrits locais, ajudando a definir dinâmicas e simetrias locais da rede de tripletos. Na física quântica, um observável refere-se a qualquer quantidade mensurável associada a um sistema (como energia, spin, posição, etc.), e é representado por um operador hermitiano que garante valores reais. Um observável local é aquele que actua somente numa pequena região (ou em um número finito de graus de liberdade) e mede as propriedades locais da rede, sem exigir conhecimento de toda a estrutura global. No modelo TIF estes operadores actuam sobre um único tripleto ou um pequeno grupo de tripletos vizinhos, extraindo ou manipulando a informação codificada nas suas configurações de spin e assim reflectem as propriedades informacionais, topológicas ou geométricas locais da teia.
João Porto e Ponta Delgada, 20/06/2025