sexta-feira, 20 de junho de 2025

A Teia Informacional Fibrada, os Higher Qutrits-Spin-Triplets ou a Descodificação de Tradições Metafísicas Milenares

 



Discussion & Perspectives

The Triplet Informational Field (TIF) model advances a pre-spacetime framework based on entangled spin-½ triplets encoding logical qutrits, which collectively constitute an informational substrate underlying the emergence of spacetime geometry, matter fields, and internal symmetries. This structure is formalized through a fibered pre-geometric domain that operates as an interface between the absolute hyperrealm and the emergent physical manifold. Within this ontological architecture, the Higgs field is reinterpreted as a resonant selector or ontogenic membrane—akin to a section of the fiber bundle—filtering informational modes into fermionic generation triplets and localized spacetime excitations. Echoes of this triadic logic are found in multiple metaphysical traditions: the Atma–Buddhi–Manas triad in Theosophical cosmology (Blavatsky, 1888), the Tree of Sefirot in Kabbalistic ontology (Scholem, 1974), and the layered emanations of Pistis Sophia, where luminous intelligences descend and re-ascend through structured potencies (Mead, 1921). These structures also resonate with Wheeler’s “participatory universe” (Wheeler, 1990) and Bohm’s holoinformational implicate order (Bohm, 1980), suggesting that the TIF model offers not only a bridge between quantum field dynamics and geometric emergence, but also a transdisciplinary platform for reconciling foundational physics with perennial metaphysical insights. 

Introdução

 É nossa pretensão com este trabalho, desenvolver os conceitos que informam a estrutura do modelo TIF, revelando pela simbólica matemática os meandros sistémicos e dinâmicos que estão na emergência fenoménica do espaço-tempo, massa, carga, curvatura gravítica, entropia e Consciência como Campo Informacional, a inteligência cósmica fractal que partilhamos como Qualia. Para tal será necessário ultrapassar conceitos arreigados à dimensionalidade tradicional, fisicalista e reducionista, face à grandeza dos parâmetros a tratar. Por essa razão vamos introduzir conceitos como qutrits e higher-spin triplets. Na sequência lógica dos textos anteriores, surgem agora outros parâmetros que aprofundam as noções neles veiculadas. Referimo-nos aos textos “Uma Entidade Única”, “Uma Física pós-CPT no Horizonte” e entre outros “Um Modelo Topológico e o Tempo Husserliano da Consciência” e ainda “Uma Tentativa de Síntese”, que na nossa opinião formam as bases para a compreensão deste agora presente.

Se estivermos falando de modelos que tentam descrever a estrutura fundamental do espaço-tempo, como redes de spin, ou modelos de qutrits (qubits expandidos) informacionais, um "higher-spin triplet" pode modelar uma estrutura fundamental triádica com graus de liberdade de spin superiores, ligados a geometria emergente, topologia ou gravidade, absolutamente necessários à estrutura do modelo TIF.

Falar de spins é o mesmo que entrarmos num campo profundamente esotérico de difícil entendimento. Não fossem as confirmações experimentais da sua existência, provavelmente passaria a fazer parte da ficção científica.

Como disse o físico Bruce A. Schumm da Universidade de Santa Cruz da Califórnia, no seu livro “Deep Down Things – The Breathtaking Beauty of Particle Physics”, pp. 187:

 We don`t really have a clue about the physical origin of spin…The question of the origin of quantum-mechanical spin…is a conundrum that physicists have yet to sole.”

Nalguns frameworks teóricos, como nas teorias gauge de higher-spin, o próprio espaço-tempo é descrito com o uso de Campos com valores altos de spin. Estas teorias envolvem muitas vezes tripletos fermiónicos de altos spins os quais são conjuntos de três campos simétricos de tensores-spinors. Na nossa proposta da Teia Informacional Fibrada Fundamental – TIF utilizámos este conceito para estruturar uma unidade informacional – os tripletos de spins.

Desde 1986 que os tripletos higher-spin tem sido objecto de aturados estudos e encarados de diferentes perspectivas (citamos como exemplo o  trabalho publicado na Elsevier neste link https://doi.org/10.1016/j.nuclphysb.2016.04.022).

O termo "higher-spin triplets" pode ter diferentes significados dependendo do contexto físico ou matemático em que é usado, mas em geral refere-se a conjuntos de Campos, partículas ou estados associados a spins maiores que 1, organizados em estruturas de três elementos (tripletos) que obedecem a certas simetrias.

Em contextos informacionais ou quânticos como aquele relativo ao modelo TIF, "higher-spin triplets" pode significar tripletos de estados compostos que codificam spins elevados a partir da combinação de múltiplos spins ½ (por exemplo, três spins ½ combinados para formar estados de spin 3/2 ou spin 1), ou uma representação lógica onde cada triplo de spins ou qubits (ou qutrits) representa um estado de spin elevado numa rede ou campo informacional.

Um tripleto de spins pode significar basicamente três partículas de spin ½ (como três qubits); um estado total de spin 1 construído a partir de duas partículas de spin ½ (em contraposição ao singlete de spin 0). Resumindo o conceito "higher-spin triplets" pode dizer respeito a conjuntos de três Campos ou estados com spins maiores que 1, organizados por simetrias ou a um grupo com spins elevados em multipletos de três elementos. Também podem resultar de construções compostas de spins mais baixos que resultam em estados de spin mais alto, ou ainda a unidades lógicas em redes de informação ou teorias emergentes do espaço-tempo, como a proposta do modelo TIF.

Neste contexto, partimos de três spins ½ que formam um sistema composto, onde o espaço total seria dado por:

Neste espaço de 8 dimensões, é possível isolar um subespaço tridimensional, com os devidos controlos e restrições, para representar um qutrit lógico.

O que é um qutrit?

Um qutrit é um sistema quântico de três estados ortonormais (1): 0, 1, 2⟩, que está presente num espaço de Hilbert(2), e podemos vê-lo como a generalização de um qubit.

A partir de um tripleto de spins podemos construir um qutrit usando codificação lógica, ou seja seleccionando três estados ortonormais entre os 8 possíveis do sistema de três qubits. Por exemplo:

0L=001, 1L=010, 2L=100

Os três estados formando uma base ortonormal dentro do espaço total, podem ser tratados como os três níveis de um qutrit. Esta abordagem é comum, por exemplo, nos códigos de correcção de erros quânticos e na computação quântica com qutrits físicos simulados por múltiplos qubits, de que já falámos noutros textos.

Mas se for uma partícula de spin 1 (não composta) em vez de três spins ½, ela naturalmente tem três estados, normalmente designados simbolicamente por +10−1 que é um sistema de três níveis, que fisicamente corresponde a um qutrit.

Ou seja, um tripleto de spins com três spins ½ pode ser usado para representar um qutrit lógico, escolhendo um subespaço de três estados ortonormais, mas se for um estado de spin total 1 (como em partículas de spin 1) é fisicamente equivalente a um qutrit. No entanto, um tripleto de spins não é automaticamente um qutrit, a menos que seja definida uma codificação específica.

Um qutrit codificado em tripleto de spins e o modelo TIF

 Com implicações profundas tanto na estrutura física quanto na informacional da realidade, e partindo do princípio que a Consciência é um aspecto fundamental da Realidade, então precisamos de uma nova estrutura teórica para entendê-la, algo que vá além da física clássica e até da mecânica quântica convencional.

O modelo TIF (Campo Informacional de Tripletos) é uma estrutura fundamental da realidade composta por trios de spins, onde cada triplet carrega uma unidade de informação elementar, constituindo uma base ontológica (dita pré-espacial) de organização do espaço-tempo, uma rede de entrelaçamentos coerentes (como uma malha holográfica), e um veículo de codificação informacional que pode estar ligado à Consciência (Qualia) e à estrutura do próprio Universo. Isso implica uma estrutura mais avançada que poderá ser preenchida por um tripleto de spins ligado a um qutrit lógico.

Como vimos no exemplo anterior, um tripleto de spins ½ vive num espaço de Hilbert de 8 dimensões

. A codificação de um qutrit lógico significa escolher 3 estados ortonormais dentro desse espaço, por exemplo:

0L=001, 1L=010, 2L=100

Esses três estados representam os três níveis de um qutrit lógico. Agora, se assumirmos que cada triplet de spins na TIF é usado para codificar um qutrit lógico, o Campo global pode ser descrito como uma rede de qutrits, em vez de qubits.

Para o modelo TIF corresponde a uma triplicidade natural uma vez que respeita a sua simetria triádica, que se revela no sistema perfeito para suportar qutrits em vez de qubits. Por outro lado respeita as hierarquias geracionais de quarks, leptões e neutrinos que constituem a matéria. Também confere ao modelo um aspecto informacional superior, dado que um qutrit carrega mais informação do que um qubit (log23 ≈ 1.58), implicando que pode operar com uma densidade informacional maior, compatível com um Campo holográfico de altíssima complexidade portador de Qualia. Assim constituído, torna-se na base ideal para códigos quânticos topológicos, uma vez que os tripletos de spins organizados em qutrits podem ser usados para implementar códigos de correcção quântica com base topológica (como os códigos de Haah, códigos de Fibonacci ou códigos de Levin-Wen) (3).

 No quadro esotérico da Gnose, como temos vindo a explorar, viria de encontro ao conceito das “Potências” da Pistis Sophia como mecanismos naturais de correcção quântica inseridos na malha do real. Também aqui os estados qutrit podem representar diferentes modos vibracionais ou de Consciência. Do mesmo modo, se associarmos os estados dos tripletos a níveis de coerência, fases ou ressonâncias com o Akasha védico ou com estados de Consciência, então o qutrit fornece uma forma mais rica e elevada de classificação do que o qubit binário.

O modelo proposto como rede de qutrits pode ser formalizado assumindo que cada da teia é um tripleto de spins ½:. Se escolhemos um subespaço tridimensional como codificação de um qutrit lógico, o Campo total do TIF será então:

onde cada é o qutrit correspondente ao tripleto i.

Este Campo pode então evoluir, compatibilizado com a Relatividade Geral, segundo alguma dinâmica (unitária ou não-unitária) que respeita a coerência entre os qutrits, incorporando entrelaçamento ou emaranhamento topológico e até fluxos não-locais de informação (do género defendidos por David Bohm). Assim aplicar a codificação de qutrits aos tripletos da TIF é não apenas viável, mas provavelmente natural e vantajoso para o tipo de modelo que desenvolvemos.

Partindo da definição básica do modelo, podemos criar uma versão matemática para a teia como Campo de qutrits acoplado à emergência do espaço-tempo, sempre com base em spins ½ e na estrutura lógica coerente, onde cada tripleto será interpretado como um qutrit lógico, usando um subespaço de três estados ortonormais.

Sejam três qubits (spins ½), com espaço total:

Escolhemos três estados ortonormais para codificar o qutrit lógico:

0L=001, 1L=010, 2L=100

Estes pertencem ao subespaço de Hamming peso 1 (4), com simetria cíclica C3 associada a uma simetria informacional.

Definimos a rede global do modelo TIF como um Campo de qutrits sobre uma estrutura discreta Zd, onde d pode ser a dimensionalidade emergente do espaço-tempo:

Logo, cadarepresenta um qutrit lógico, codificado num tripleto de spins ½ localizado no ponto i.

Agora introduzimos operadores locais geradores de entrelaçamento. Para tal podemos definir operadores locais em cada qutrit lógico i usando os geradores de SU(3), como λ1,λ2,...,λ8 (as matrizes de Gell-Mann (5)). Estes operadores actuam localmente em  e podem ser usados para definir a dinâmica local com Hamiltonianos locais tipo, e acoplamento entre qutrits vizinhos:conduzindo a que a TIF possa então ser modelada por um

 Hamiltoniano total tipo rede de Heisenberg SU(3):

Como sabemos a topologia da teia, as suas conexões e padrões de entrelaçamento podem definir o espaço-tempo emergente através da curvatura emergente (via geometria de entrelaçamento), pela propagação de perturbações qutritais, e pelo acoplamento com o Campo de Higgs via simetrias quebradas de SU(3) SU(2) U(1).

Podemos também aplicar códigos de correcção quântica para qutrits, como o qutrit Shor code ou códigos topológicos baseados em qutrits (por exemplo, usando categorias de fusão tipo Fibonacci).

Num âmbito do quadro esotérico, suporta a ideia das “Potências” em Pistis Sophia como mecanismos de correcção e preservação da coerência quântica profunda do Universo. Achamos importante fazer esta ligação às tradições esotéricas, de modo a não perdermos o “fio da meada".

 

A emergência do espaço-tempo da rede de qutrits

Baseando-nos na estrutura de entrelaçamento e nos padrões de coerência quântica. O nosso objectivo é formalizar um modelo em que o entrelaçamento entre qutrits numa rede discreta (o modelo TIF) dá origem a uma geometria emergente, interpretável como espaço-tempo dinâmico.

Programas como Geometria de entrelaçamento (entanglement geometry), Tensor networks (redes de tensores) como MERA/PEPS, Gravidade como emergência da informação (Van Raamsdonk, Swingle, etc.), e Códigos de correcção holográficos (Pastawski, Preskill), trataram assuntos semelhantes.

Partimos do princípio de que a rede de qutrits do modelo TIF possui em cada nó i um qutrit 

codificado por um tripleto de spins ½. Como vimos a rede total é dada por:

A topologia da rede (quem está conectado a quem) é inicial e discreta, mas o que importa para a geometria emergente é o grau de entrelaçamento entre os qutrits. Para tanto temos de assumir o conceito chave de que a geometria do espaço-tempo é induzida pela estrutura do entrelaçamento quântico entre os qutrits do modelo TIF.

Significa por exemplo que mais entrelaçamento entre dois qutrits implique distância menor e vice-versa. Formalmente, podemos definir uma "distância emergente" d(i,j) como função inversa do entrelaçamento entre i e j, por exemplo:

onde Si:j é uma medida de entropia mútua ou negatividade entre os qutrits i e j dada por:

Baseando-nos em redes tensoriais como MERA (Multiscale Entanglement Renormalization Ansatz), podemos modelar a estrutura do modelo TIF como uma rede de tensores qutritais, onde cada nó é um tensor que liga os estados locais com os vizinhos. Assim esta profundidade causal na rede define a direcção temporal emergente, bem como a conectividade define as relações espaciais emergentes. Deste modo o espaço-tempo aparece como uma rede informacional coerente, com geometria reconstruída a partir das conexões de entrelaçamento.

A curvatura local e a dinâmica gravitacional emergem das distorções no padrão de entrelaçamento (como falhas, regiões com menos coerência, ou excesso de entrelaçamento) que podem provocar um fluxo informacional anisotrópico (tais como partículas ou Campos).

Estaríamos de acordo com Jacobson, Padmanabhan e Van Raamsdonk, e a ideia seria ter uma condição de equilíbrio do entrelaçamento informacional local com a equação de Einstein, isto é, um regime contínuo e semi-clássico, possibilitando postular que:

onde 𝛿𝑆 é uma variação na entropia de entrelaçamento de uma região da teia informacional.

Como podemos estabelecer a ligação com a Consciência?

Se tomarmos que o modelo TIF é uma malha viva de qutrits entrelaçados, o padrão de coerência global pode representar um estado universal de Consciência estruturante, em evolução, onde o espaço-tempo e as suas leis emergem como expressão condensada da teia informacional. A Consciência, neste cenário, não é localizada, mas reside nos padrões de coerência e interferência entre os qutrits, como uma forma holográfica de informação auto-organizada, como temos vindo a defender em variados textos já aqui referidos.

É importante termos em conta a construção de um modelo dinâmico do Campo informacional de tripletos do modelo TIF, compatibilizado com a dinâmica da Relatividade Geral, tendo em conta que as flutuações locais no entrelaçamento entre qutrits geram curvatura emergente, ou seja, uma dinâmica do espaço-tempo a partir da rede de qutrits. Para tal partimos do adquirido que os qutrits locais  são codificados por tripletos de spins ½ e que existem interacções locais entre qutrits. Com isto temos que estabelecer uma regra de evolução que induz flutuações no entrelaçamento e, portanto, na geometria, como uma espécie de mapa que nos permitisse orientar entre essas flutuações e a curvatura emergente.

Como vimos, cada nó i da rede possui um qutrit lógico, e o total da rede é dada por

assumindo uma vizinhança local (como um reticulado), onde cada qutrit i interage com seus vizinhos j adj(i). Tendo em conta os modelos de spin SU(3), usamos geradores de Gell-Mann λa para definir a dinâmica local entre os qutrits:

O Hamiltoniano total entre qutrits será então dado pela equação:

controla o grau de acoplamento entre os qutrits i e j;
representa um Campo efectivo local, que pode depender das relações de  vizinhança.

Estes acoplamentos determinam quanto entrelaçamento é gerado entre pares de qutrits. Recorrendo a Van Raamsdonk, propomos que a curvatura do espaço-tempo emergente é induzida por variações locais no padrão de entrelaçamento entre os qutrits. Formalmente, podemos definir um "tensor métrico emergente" gij como função da entropia mútua ou da negatividade entre os sites i e j:

Se Si:j aumenta, a distância dij diminui, indicando curvatura positiva.

A dinâmica da teia induz evolução do entrelaçamento dada por esta equação dinâmica,

cuja evolução leva a flutuações de Si:j(t), que alimentam uma curvatura emergente Rij(t) por via de um operador geométrico discreto (como Laplaciano na rede):

Aqui, a derivada temporal ou espacial do entrelaçamento gera a análoga da curvatura de Ricci discreta da malha (uma maneira matemática de medir como o espaço-tempo está curvado localmente em relação ao fluxo e à compressão de volumes criados pela matéria e energia).

Podemos adicionar uma regra de feedback informacional, onde a curvatura emergente realimenta os acoplamentos locais:

Assim, o modelo TIF auto-ajusta-se dinamicamente para manter padrões estáveis de coerência, o que sugere uma versão quântica e auto-organizada da equação de Einstein.

Resumindo as características do modelo:

a) O espaço-tempo é uma projecção da malha de entrelaçamento dos qutrits;

b) A curvatura aparece como uma resposta da malha à flutuação da coerência;

c) O sistema tem feedback activo como se evocasse as “Potências” da Sophia como guardiãs da integridade informacional da teia;

d) Finalmente a Consciência é interpretada como um padrão dinâmico de coerência global da teia, ajustando-se em tempo real. Uma Consciência que se transforma com qutrits numa superconsciência!


As partículas fermiónicas (a matéria) são defeitos topológicos do Campo qutrital (a eterna ilusão)


O nosso objectivo será modelar as partículas fundamentais como tendo origem em defeitos topológicos informacionais, isto é, surgirem como padrões localizados e estáveis de entrelaçamento e coerência na rede de qutrits do modelo TIF.

Esta ideia encontra similitudes conceptuais com a gravidade como geometria emergente (Jacobson, Van Raamsdonk), ou a matéria como defeito topológico (Wilczek, Laughlin, Bilson-Thompson), e ainda nos códigos quânticos topológicos (Kitaev).

Como já vimos, a rede TIF é uma malha dinâmica de qutrits codificados por tripletos de spins ½ e dada por:

Assumimos anteriormente que os estados da malha são altamente entrelaçados e coerentes e que a geometria emergente (espaço-tempo) resulta desses padrões de entrelaçamento.

A Ideia chave por detrás da nossa proposta baseia-se na hipótese de que uma partícula fundamental é uma ruptura local da coerência topológica da malha, entretanto estabilizada por simetrias e regras de entrelaçamento. Mas como podem surgir esses defeitos? Torções, twists ou laços de entrelaçamento não contrácteis (semelhantes a flux tubes que na QCD (cromodinâmica quântica) aparecem como linhas de força que ligam os quarks), presença de pontos de descontinuidade no padrão de fase entre qutrits, ou talvez “distracções topológicas”, como braids generalizados para qutrits (um braid é o entrelaçamento no tempo de trajectórias de partículas ou excitações quânticas num plano 2D).

Vamos trabalhar com um formalismo simplificado (1D/2D), considerando uma malha 2D de qutrits. A cada par (𝑖,𝑗), associamos um operador de fase relacional:

Se a soma de fases ao redor de um laço for nula (como em uma rede de gauge plana), temos:

Mas se ocorrer:

teremos um defeito topológico. Logo aquele defeito representa uma curvatura “concentrada”, associada a uma partícula pontual na malha e cuja natureza vai depender do tipo de descontinuidade (fase, simetria, entrelaçamento) da estrutura de simetria local (por exemplo, SU(3) dos qutrits), e da representação da quebra topológica.

Tipo de defeito

Interpretação física emergente

 

Twist na coerência

 

Partícula com carga (quark/leptão)

 

Vórtice de entrelaçamento

 

Gera spin ou momento angular intrínseco

 

Quebra de simetria local

 

Dá massa via acoplamento ao Higgs emergente


Os defeitos só permanecem estáveis se houver energia topológica mínima (como nos solitões), ou forem topologicamente protegidos (não podem ser desfeitos por perturbações locais), ou se forem acoplados a padrões coerentes maiores (como códigos de correcção quântica). Estes três factores permitem associar massa à energia de distorção da malha, carga ao tipo de simetria quebrada, e spin ao padrão circular/torsional no entrelaçamento.

Isto conduz a uma interpretação nova sobre as interacções entre partículas vistas agora como reconexões dinâmicas na malha de qutrits. Isto é, quando dois defeitos se aproximam provocam distorção no padrão de coerência local que por sua vez produzem curvatura e atracção/repulsão entre eles. Também as partículas podem fundir-se ou aniquilar se as topologias se cancelam. Em qualquer caso o campo de entrelaçamento em volta comporta-se como um campo gauge efectivo.

Outra interpretação leva-nos a considerar que cada tipo de partícula pode ser vista como uma espécie de "letra topológica" de uma linguagem informacional universal. Assim, a matéria é uma gramática de defeitos (a grande ilusão Maya), mas a TIF é o Campo de sintaxe coerente, e a Consciência cósmica é o princípio de organização dos padrões.

 

O Campo Higgs emergente reforça e estabiliza os defeitos topológicos conferindo massa

 

Podemos conceber o Campo Higgs como um padrão coerente de alinhamento qutrital no modelo TIF, que interage com os defeitos topológicos (futuras partículas), modulando a energia de deformação da teia e como resultado dando origem a uma massa efectiva como resistência ao defeito.

Lembramos que os defeitos topológicos na teia de qutrits, prováveis twists, vórtices, disjunções, são as "partículas", que surgem de rupturas locais no entrelaçamento, criando curvatura concentrada, mas que podem ser estabilizados topologicamente, e classificados segundo simetrias internas (como SU(3), SU(2), U(1)).

O Campo de Higgs nesta hipótese é considerado um padrão coerente de fase dos qutrits vizinhos, ou seja, um alinhamento informacional que reduz a energia de certos defeitos, e que formalmente, definimos como um campo escalar qutrital 𝜙𝑖 em cada nó 𝑖, e que “vive” num espaço de fases:

Este Campo não é um grau de liberdade adicional, mas um modo colectivo coerente dos qutrits.

Assim, o defeito topológico (visto como partícula) modifica localmente o padrão ϕi, gerando uma energia potencial:

Mas ao redor de um defeito, temos uma distorção de 𝜙𝑖 , um desalinhamento da fase, consequentemente com um Campo de energia aumentado, propulsor de uma massa efectiva dada por:

Ou seja, a massa da partícula é proporcional à energia de distorção que ela provoca no padrão Higgs do TIF. Faz lembrar a concepção actual de funcionamento do Higgs!

O Campo Higgs 𝜙𝑖 pode emergir de um estado coerente global dos qutrits, ou como um modo de condensação informacional espontânea (quebra de simetria do TIF), ou talvez como um padrão de entrelaçamento estável de longo-alcance, tipo "Campo constante" de fundo.

Se os qutrits “vivem” numa simetria SU(3), a presença de 𝜙𝑖 com valor de expectativa não-nulo selecciona uma direcção privilegiada no espaço de Gell-Mann:

Isto pode gerar modos massivos (acoplados à 𝜙i), ou modos sem massa (associados a simetrias preservadas). Ou seja, o mecanismo padrão de Higgs emerge naturalmente do alinhamento informacional da rede TIF.

O Higgs pode ser entendido como um mecanismo de resposta colectiva da malha da TIF à presença de certos defeitos para preservar coerência, como equilíbrio dinâmico da coerência local, em que a massa da partícula é uma medida da resistência da malha à deformação. Podemos inferir daqui que defeitos mais massivos, de âmbito cosmológico, geram maior curvatura no espaço-tempo emergente, associando-se com estruturas como Buracos Negros ou aglomerados invisíveis, enquanto ao nível do microcosmo, defeitos leves associam-se a partículas elementares de baixa massa ou mesmo flutuações quânticas. O modelo interpreta a massa como índice da disrrupção coerente, ligando directamente informação - geometria - massa.

Partimos do princípio que o Higgs é um Campo fundamental interno, uma auto-organização coerente da teia informacional, que revela uma dimensão interna do modelo da TIF, relacionada com a manutenção da harmonia dos entrelaçamentos. Daqui derivamos que cada defeito corresponde a uma disrrupção específica na malha de qutrits (considerando os tripletos de spins ½), que a massa não é uma propriedade intrínseca de uma partícula, mas uma resistência à coerência, ou seja, quanto o defeito perturba o campo 𝜙 e distorce a rede informacional subjacente, e que a massa topológica emerge de aspectos como o grau de não-localidade, curvatura gerada, e nível de entrelaçamento quebrado ou torcido. Podemos assim construir uma Tabela de massas topológicas, desde que assumamos critérios para definir esta massa topológica. Assim adoptamos uma função de massa topológica associada ao defeito, dada por

onde:

T(D) é o grau de torção do entrelaçamento informacional (vorticidade qutrital),

C(D), o nível de curvatura induzida na malha da TIF (deformação topológica),

Ω(D), um número de vínculos rompidos ou reconfigurados (disrrupção do entrelaçamento),

α,β,γ são constantes que calibram a geometria da rede.


Tabela de Massas Topológicas no modelo TIF

Tipo de Defeito Topológico

 

Símbolo

Descrição Informacional

Massa Topológica Relativa

Correspondente Física Possível

Monopolo Qutrital

 

DM

Quebra radial de coerência em torno de um ponto

 

Alta

Matéria Escura pesada, Buraco Negro primordial

Vórtice de Tripletos

 

DV

Torção angular no entrelaçamento helicoidal dos spins

Média-alta

 

Axions?, vórtices cósmicos

Disclinação Informacional

 

Dθ

Desalinhamento angular entre domínios qutritais

 

Média

 

Neutrinos massivos ou de Majorana

Dislocação Linear (string)

 

DL

Falha linear na malha qutrital, como linha de falha

 

Alta

 

Filamentos cósmicos

Bicamada de Domínios

 

DB

Transição abrupta entre dois estados coerentes

 

Baixa

 

Matéria ordinária

Vazio Informacional Localizado

 

D0

Região onde nenhum dos 3 estados qutritais se manifesta

 

Muito baixa

Flutuação do vácuo, energia de ponto zero

 

Entrelaçamento Frustrado

 

DF

Topologia que impede coerência estável entre tripletos vizinhos

 

Média-baixa

 

Matéria exótica leve

Defeito Topológico Nulo

 

 

Estado coerente ideal sem perturbações

 

Zero

 

Fotão, Gluão (sem massa, pura coerência)



O modelo cosmológico ΛCDM e o Campo Informacional de Tripletos


A cosmologia ΛCDM (lê-se "Lambda-CDM") é o modelo cosmológico padrão da física actual, a teoria mais amplamente aceite para descrever a origem, evolução e estrutura do Universo em larga escala. Λ (Lambda) representa a Constante Cosmológica, associada à Energia Escura, que pressupõe ser a causa a expansão acelerada do Universo, enquanto CDM (Cold Dark Matter), refere-se à Matéria Escura fria, ou seja às supostas partículas massivas, lentas e invisíveis, que interagem gravitacionalmente mas não foram detectáveis até agora, e que se supõe tenham um papel na estruturação das galáxias e respectivos aglomerados.

Segundo este modelo ΛCDM o Universo apresenta esta composição:

Componente

Símbolo

Fracção actual (aproximada)

Energia Escura

Λ

~68%

Matéria Escura

CDM

~27%

Matéria bariónica (visível)

B

~5%

Radiação (fotões, neutrinos)

γ, ν

<0.1%

Até agora as observações tem fundamentado este modelo, explicando a radiação cósmica de fundo (CMB) e algumas das suas flutuações, a abundância de elementos leves em resultado da Nucleosíntese do Big Bang, mas também a outro nível de grande escala a formação das grandes estruturas filamentares constituídas por galáxias e aglomerados de galáxias, bem como o desvio para o vermelho das supernovas distantes cujo estudo tem justificado a expansão acelerada do Universo.

Contudo, as observações recentes do telescópio espacial James Webb (JWST), tem colocado desafios incontornáveis à fundamentação do modelo ΛCDM. Embora o ΛCDM continue sendo o modelo dominante na Cosmologia, os dados do JWST colocaram em evidência tensões e anomalias significativas que podem indicar a necessidade de uma nova cosmologia.

Alguns daqueles aspectos revelados pelo JWST dizem respeito à presença de galáxias massivas e “maduras” logo na fase considerada inicial da expansão, galáxias surpreendentemente grandes, densas e evoluídas em épocas muito próximas ao Big Bang com redshifts 𝑧>10, apenas ~300-400 milhões de anos. Segundo o ΛCDM, não haveria tempo suficiente para tanta estrutura ter sido formada com base apenas em colapsos gravitacionais a partir das flutuações constatadas na radiação cósmica de fundo (CMB).

A presença de distribuições morfológicas inesperadas evidenciadas por algumas galáxias distantes com discos ordenados, braços espirais plenamente formados, ou formas regulares já muito avançadas, inviabilizou o que seria espectável nesta fase, nomeadamente objectos muito mais caóticos e fragmentados. Depois a existência de uma formação estelar muito elevada, dezenas de vezes maiores do que a prevista pelo modelo ΛCDM e que não seria compatível para galáxias primitivas.

Por outro lado constatou-se uma Tensão de Hubble exacerbada, uma discrepância entre o valor de 𝐻0 medido localmente e aquele inferido a partir do CMB, sugerindo que o ΛCDM pode não ser válido para todas as escalas e/ou épocas cósmicas.

Estas falhas reforçam a necessidade de outro modelo mais fundamental, que forneçam uma base ontológica e informacional para o surgimento das estruturas cósmicas.

Propomos aqui uma extensão do paradigma cosmológico à luz do Campo Informacional de Tripletos do modelo TIF, um modelo baseado na codificação informacional do espaço-tempo através de tripletos de spins-qutrits formando qutrits lógicos. Os efeitos informacionais e topológicos do modelo TIF podem explicar as observações do JWST, oferecendo uma interpretação coerente para a origem precoce de estruturas, a formação estelar intensa e a morfologia ordenada nas galáxias primordiais.

Deste modo consideramos que a Matéria Escura (ME) não é um conteúdo adicional, mas a própria estrutura de base da realidade, composta por tripletos de spins codificando qutrits lógicos, cuja função é suportar a geometria e a coerência do espaço-tempo, ainda que invisível às interacções electrofracas.

Esta ideia tem por base um conjunto de características atribuídas à Matéria Escura, tais como a sua invisibilidade electromagnética que é justificada com o modelo TIF, por operar num nível pré-local, anterior à emergência de campos clássicos como o electromagnetismo, em que a sua malha não interage directamente com fotões e deste modo comportando-se como transparente à luz, exactamente como a Matéria Escura.

Outra característica da ME tem a ver com o acoplamento gravitacional. O modelo TIF sustenta e curva a geometria do espaço-tempo emergente, o que significa que a sua presença gera gravidade, mas sem outros canais de interacção, correspondendo ao comportamento observado da ME. Também neste âmbito foi constatada o que parece ser uma distribuição não uniforme e estruturante da ME. Neste caso o modelo TIF, com zonas de maior densidade informacional (clusters de defeitos ou tensores de coerência), forma uma malha não uniforme, explicando por que a ME se acumula em halos galácticos, como se orientasse a formação de estruturas.

Uma outra interpretação relativa à presença de uma estabilidade ontológica que corresponde ao papel da ME como “andaime invisível” da realidade, é também assumido pela característica da teia de tripletos ser auto consistente e resiliente, ou seja a massa efectiva da ME seria então o eco topológico da coerência básica da TIF.

Estas implicações conceptuais podem ser resumidas no quadro seguinte:

Aspecto

Interpretação no TIF

Matéria escura

A própria estrutura fundamental da realidade, o TIF

Massa escura

Resultado do entrelaçamento coerente entre tripletos qutritais

Não observabilidade directa

Falta de acoplamento com modos emergentes (ex: fotões)

Gravidade gerada

Curvatura do espaço-tempo como efeito secundário da malha qutrital

Interacções exóticas possíveis

Apenas via perturbações não-locais, estados de coerência alterados


Infere-se então que a matéria visível seria um defeito dentro da estrutura da matéria escura, como uma ondulação localizada na malha TIF. A antimatéria poderia ser interpretada como uma reversão local da orientação de tripletos na rede, como já referimos em textos anteriores.

Em conclusão, os dados do JWST indicam que a estrutura do Universo primitivo pode ser mais organizada, coerente e energeticamente rica do que permite o modelo ΛCDM. O modelo TIF oferece uma estrutura ontológica alternativa onde informação, coerência e topologia desempenham papéis centrais na formação das estruturas e na dinâmica cósmica. Abre caminho para uma nova cosmologia participativa, onde a Consciência e a organização informacional são elementos estruturais do Universo em si.

 

Cosmologia Informacional baseada no modelo TIF


Como vimos anteriormente existem limitações e motivos para ir além do modelo ΛCDM, apesar do sucesso as naturezas da Energia Escura e da Matéria Escura ainda são desconhecidas (Λ e CDM), para além da existência de um conjunto de problemas nas escalas mais pequenas, como a falta de satélites galácticos (missing satellites problem), e de núcleos galácticos mais difusos que o previsto (cusp-core problem), para não falar da chamada "Tensão da Constante de Hubble" uma vez que diferentes métodos de medida dão resultados diferentes para 𝐻0. Globalmente todos estes problemas contribuem para a necessidade de se pensar num novo modelo.

Neste quadro, para apreciarmos a contribuição do modelo TIF, temos que proceder à sua integração com o modelo cosmológico ΛCDM, de modo que as densidades da Matéria Escura (CDM) e da Energia Escura (Λ) possam emergir como efeitos secundários da estrutura e coerência da Teia Informacional Fibrada Fundamental (TIF).

Para tanto, temos que considerar a equação de Friedmann que descreve a expansão do Universo dada com os termos de Λ e CDM:

onde

H(t), é a taxa de expansão no tempo t

H0 a constante de Hubble hoje

Z é o redshift

Ω representa as densidades relativas respectivamente de Λ (energia escura), m (matéria escura + matéria  bariónica), r (radiação) e k (curvatura).

 

Para conferir compatibilidade entre estes dois modelos teremos que proceder a substituições que envolvem aspectos conceptuais, tais que:


Termo ΛCDM

Interpretação no modelo TIF

 

ΩΛ

 

Energia Escura = coerência global da malha TIF, ϕ(t)

 

ΩCDM​

 

Matéria Escura = densidade informacional de tripletos qutrits, ρTIF(t)

 

Ωb

 

Matéria bariónica = defeitos localizados e desacoplados

O que nos conduz a uma Equação de Friedmann Modificada, que passamos a designar por

ΛTIF-CDM:

em que 


e onde 


ϕ(t) [0,1] traduz o grau de coerência informacional global da malha TIF (1 = totalmente coerente, 0 = caos), onde 𝛼𝜙 é um factor de acoplamento da coerência à métrica do Universo, ou seja, quanto menor a coerência, maior o "desarranjo" da malha e maior o efeito de expansão acelerada (Energia Escura) em função da evolução da coerência (Campo 𝜙) e da densidade de tripletos. Significa o decaimento lento da densidade de tripletos activos com o tempo, o que pode representar a dissolução progressiva da estrutura informacional bruta, ou a condensação em padrões mais subtis (Consciência).

Nesta integração dos dois modelos esperam-se resultados tendo em conta quatro cenários:

a) Em épocas antigas com ϕ ≈ 0 e elevado valor ρTIF, implica um Universo dominado por curvatura e expansão acelerada.

b) Em épocas intermediárias com um ϕ de 0.5 e um ρTIF estável existirá um domínio da matéria escura funcionando como estruturadora das primeira galáxias.

c) Hoje com ϕ → 0.7 e um ρTIF decaindo predomina uma aceleração cósmica moderada.

d) No futuro com ϕ → 1 e ρTIF 0, a malha estará totalmente coerente, e o Universo reintegrar-se-á com o fim do tempo físico.

Nestes cenários cada etapa da história do Universo pode ser interpretada como uma fase topológica da Teia Informacional, com 3 etapas principais dadas pela Era da Inflação (o inflaton) onde predomina um estado quase homogéneo e altamente ordenado de coerência inicial (entropia baixa), logo seguida pela Era da Matéria Escura com o domínio de tripletos organizam as estruturas (a emergência do espaço-tempo e da Bariogénese, também a época em que é definida a predominância da matéria sobre a anti-matéria), o campo inflaton decai em partículas, gerando radiação e matéria quente, o “reheating”, o Universo aquece e enche-se de partículas, ondas, e flutuações. Esta é a fase em que a entropia aumenta drasticamente. Por fim a Era da Consciência Cósmica em que se dará a ascensão de 𝜙 devido à reintegração informacional com o Hiperespaço.

A fase inflacionária corresponderia a um estado coerente, quase-puro e altamente simétrico da teia.

A transição para o Universo quente (pós-inflação) seria a quebra da coerência informacional local, libertando entropia como uma cascata de correlações, excitações e entrelaçamentos locais. A inflação reflecte menos entropia, enquanto o colapso do inflaton (reheating) inaugura a avalanche de complexidade que conhecemos como  Universo. A justificação plena do paradoxo ligado a um estado de entropia baixa no início do Big Bang.

Este cenário global enquadra-se com a teoria CCC - Cosmologia Cíclica Conformal de Roger Penrose ou com os ciclos de Manvantaras e Pralayas dos Vedas.

Destacamos a unificação numa visão única da Matéria Escura e Energia Escura, tornando o universo não apenas espacialmente estruturado, mas ontologicamente dirigido à coerência. Sobretudo introduz uma dimensão participativa representada pela Consciência como factor Real na evolução cosmológica.

Por fim, integramos esta abordagem com os ciclos simbólicos das cosmogonias sagradas védicas e da Gnose como os Yugas, Kalpas e os processos de correcção e ascensão descritos na Pistis Sophia, que sugerem também uma Cosmologia Cíclica Informacional.

A estrutura dinâmica do modelo TIF permite reinterpretar os ciclos cósmicos tradicionais em termos de variações na coerência informacional do Universo. Os Yugas e Kalpas da tradição védica, assim como os ciclos de queda e ascensão descritos na Pistis Sophia, podem ser entendidos como fases de compressão e rarefacção da rede informacional, com mudanças na topologia e na densidade dos tripletos-qutrits.

Durante períodos de alta coerência (Satya Yuga ou Pleroma), a malha TIF é ordenada, permitindo manifestações de Consciência mais profundas e estruturas mais harmónicas. Em fases de baixa coerência (Kali Yuga ou o caos nas dimensões inferiores em Pistis Sophia), predominam os defeitos topológicos, a fragmentação e a separação. A evolução cósmica, assim adquire um carácter não apenas físico, mas ontológico e espiritual, unificando ciência, simbolismo e consciência.

Os dados actuais do Telescópio Espacial James Webb (JWST) indicam que a estrutura do Universo primitivo pode ser mais organizada, coerente e energeticamente rica do que o modelo ΛCDM permite. O modelo TIF oferece uma estrutura ontológica alternativa onde os aspectos fisicalistas relativos a informação, coerência e topologia desempenham papéis físicos centrais na formação das estruturas e na dinâmica cósmica. Ao integrar essa abordagem com ciclos simbólicos tradicionais, propomos uma cosmologia informacional cíclica, onde o universo emerge e se reorganiza em ondas de coerência, reflectindo tanto leis físicas quanto os arquétipos espirituais fundamentais que a filosofia discute, nomeadamente a origem da Consciência.

 

A confirmação do modelo TIF passa forçosamente, não por epifanias (ajudavam, mas são cada vez mais raras), mas por dados experimentais e observacionais. Nestas incluímos por exemplo a possibilidade de detecção indirecta de massas topológicas associadas a defeitos informacionais. Os telescópios de ondas gravitacionais como o VIRGO e o LIGO (Laser Interferometer Gravitacional-Wave Observatory) serão os instrumentos mais adequados para detectarem os colapsos topológicos ou as interacções entre domínios informacionais.

Também o modelo TIF prevê um comportamento oscilatório da função ϕ(t) na coerência global que implicaria variações cíclicas na taxa de expansão do universo, diferentes da evolução suave prevista por ΛCDM, e aqui observações precisas da Constante de Hubble em diferentes redshifts podiam revelar essas longínquas assinaturas.

A topologia coerente do TIF pode também produzir efeitos do tipo lente gravitacional que não sejam atribuíveis à massa bariónica ou à Matéria Escura, sugerindo uma "lente quântica informacional" que seria revelada por análises de desvios anómalos.

A distribuição de anisotropias no fundo cósmico de micro-ondas (CMB), podiam derivar de uma correlação entre a malha informacional primordial e as flutuações de temperatura exibindo padrões distintos dos previstos pelo modelo inflacionário padrão.

 

CONCLUSÃO

 

O modelo TIF propõe uma ontologia de natureza informacional fundamental de onde a realidade fenoménica constrói-se a partir de uma teia de tripletos de spins entrelaçados, que codificam unidades lógicas do tipo qutrit. Esses higher qutrit spin triplets constituem a base de uma rede coerente que não apenas sustenta a emergência do espaço-tempo, mas também articula os padrões formativos das partículas elementares, e os Campos das forças bosónicas.

No âmago do modelo, cada triplet de spins realiza uma codificação não apenas lógica, mas topológica e geométrica, permitindo representar tanto graus de liberdade informacionais quanto valores discretos de curvatura ou entanglement quântico. Essa teia estabelece um campo informacional fundamental, anterior ao próprio espaço-tempo clássico e à sua curvatura gravitacional, cuja estrutura pode ser descrita por meio de Fibrados quânticos definidos sobre um espaço base ainda não manifestado – o chamado pré-Espaço Fibrado.

Este pré-Espaço age como interface hiper-dimensional entre o Absoluto ontológico (que denominamos de Hiperespaço) e o domínio fenoménico do espaço-tempo. Aqui, o Campo de Higgs desempenha um papel crucial, não apenas como mediador da massa, mas como filtro ressonante ou "brana ontogénica", regulando a transição de estados latentes da teia para manifestações físicas mensuráveis. Essa mediação é tratada como uma função seccional do Fibrado, que selecciona modos vibracionais específicos da teia, conduzindo à quebra espontânea de simetria e à emergência das partículas fermiónicas.

 

Tais partículas emergem em tríades geracionais, reflexo directo das replicações triádicas características dos tripletos que informam o modelo TIF. Cada geração pode ser vista como um modo ressonante distinto da estrutura fundamental de qutrits, como se o Universo modulasse, sobre a mesma base tripletada, diferentes configurações de acoplamento com o Campo de Higgs e com a métrica emergente.

 

Este modelo fornece assim uma estrutura coerente onde:

a) o Espaço-Tempo é uma projecção macroscópica de uma rede de qutrits spinoriais entrelaçados;

b) o pré-Espaço Fibrado funciona como domínio mediador, ainda não colapsado em coordenadas espaço-temporais;

c) o Campo Higgs é reinterpretado como se a massa da partícula fosse uma medida da resistência da teia à deformação e como interface da emergência, onde os potenciais do Hiperespaço Absoluto se tornam realidade física;

d) as partículas elementares são modos de excitação da teia, organizados em tríades geracionais que reflectem o padrão estrutural fundamental da tripletização criando um novo conceito de Modelo Padrão da Física das Partículas. São consideradas como defeitos topológicos estáveis por 3 factores principais que permitem associar massa à energia de distorção da teia, carga ao tipo de simetria quebrada, e spin ao padrão torsional;

e) o carácter higher-spin dos tripletos permite codificações não apenas de estados individuais, mas de ligações topológicas complexas, como fluxos, braids e curvaturas discretas que dão forma às interacções fundamentais e à gravidade não-bosónica;

f) os fenómenos de correcção quântica de erros mantêm a coerência desta estrutura, e elencámos os códigos topológicos como os de Levin-Wen ou de Fibonacci como sendo modelos candidatos preferenciais;

g) à escala cosmológica, a organização filamentar do Universo, a existência dos Buracos Negros, da predominância da matéria sobre a anti-matéria, o paradoxo da entropia no Big Bang e os ciclos cosmológicos conformais assim como a natureza da Matéria e da Energia Escuras são alvo de um enquadramento global;

h) o papel primevo da Matéria Escura como  eco topológico do framework da higher qutrit spin triplets web (HQSTW) e  “andaime” estruturante do Universo nascente;

i) a Consciência é interpretada como um padrão dinâmico de coerência global da teia, com ajustamentos em tempo real. Uma consciência que se transforma com qutrits numa superconsciência, e da qual, segundo a teoria Orch-OR de Penrose-Hamroff, apenas partilhamos por sintonia quântica neuronal.

Por fim, o modelo TIF propõe um paradigma onde a Física deixa de ser apenas o estudo daquilo que emerge, e passa a ser também a cartografia das condições profundas dos fenómenos da emergência, fundamentalmente um mapeamento da ontogénese do Ser e da Consciência a partir de uma lógica quântica triádica, reflectindo uma ordem holoinformacional e fractal que precede o espaço, o tempo e a matéria.

 

Este modelo, conceptualmente centrado num framework de higher qutrit spin triplets web (HQSTW), apresenta-se como uma tentativa de unificação ontológica entre os fundamentos da física quântica, a emergência do espaço-tempo e uma cosmologia informacional que antecede a manifestação fenoménica. Ao articular tripletos de spins como unidades lógicas elementares de uma teia holoinformacional e fractal, este modelo não apenas descreve a física das partículas e das interacções fundamentais, mas também reflecte princípios ontológicos milenares presentes nas grandes tradições metafísicas da humanidade.

Um mesmo fio codificado percorre todas essas tradições.

Neste sentido podemos recorrer aos Upanishads, onde a Realidade última (Brahman) é descrita como o fundamento silencioso, imperecível, anterior ao espaço e ao tempo, do qual o mundo dual manifesto (Namarupa) emerge. Essa emergência ocorre por vibração (spanda) do Absoluto no seio do Akasha, o éter subtil. Neste contexto, o TIF pode ser interpretado como uma estrutura de Akasha codificado, onde cada tripleto de spins representa uma vibração quantificada da Consciência primordial (Chit), codificando a passagem de Sat (o Ser) à manifestação. O Atma–Budhi–Manas, trigono superior da constituição septenária teosófica, encontra similitude directa com a estrutura HQSTW fundamental que sustentam os diferentes planos da emergência. Aqui Atma será o reflexo mais chegado do Absoluto representado pelo Campo pré-Espaço Fibrado primevo; Budhi como o próprio espaço-tempo expresso nos tripletos de spins codificados em qutrits, e Manas como o gerador das formas mentais/espaciais holomórficas. Globalmente o trigono da Consciência.

 

Do ponto de vista da Gnose da Pistis Sophia, o modelo TIF pode ser visto como um campo de correcção ontológica, uma rede de “potências” que restaura, pela codificação tripletada e pela correcção quântica de erros (o Akasha como memória), a harmonia perdida nas emanações desviadas (o húbris dos Aeons). Cada tripleto comporta-se como uma unidade de equilíbrio entre Luz e Trevas, funcionando como código de emenda e ascensão, tal como os mistérios gnósticos descrevem a trajectória da alma aprisionada que, pela reintegração das “Potências Superiores” (os Doze e os Trinta Éons), retorna ao Pleroma. A estrutura triádica dos qutrits vibracionalmente constituindo camadas, reproduz o padrão de ascensão por tríades sucessivas de consciência, tal como as três regiões principais da Pistis Sophia: o “Tesouro da Luz”, os “Aeons Inferiores” e o “Caos”.

 

Na Kabbalah, a “Árvore das Sephirots” constitui um arquétipo do desdobramento do Infinito ou do Absoluto (Ein Sof) em manifestação. A própria disposição sefirótica (três colunas, dez emanações, conexões numéricas e qualitativas) faz lembrar o modelo TIF, onde os tripletos são os nós informacionais entrelaçados por conexões quânticas. Os três pilares, Severidade (Geburah), Misericórdia (Chesed) e Equilíbrio (Tiferet), reflectem a estrutura simétrica dos tripletos, que operam como mediadores do fluxo informacional entre os domínios superiores (na Cabala: Keter, Binah, Chokmah, também correspondentes ao Ternário teosófico) e os inferiores (Yesod, Hod, Netzach, Malkuth, correspondentes na teosofia ao Quaternário). O TIF é então análogo ao fundo vibracional daquela “Árvore”, no qual as Sephirots são projecções de tensores de spin organizados informacionalmente.

Por fim, no sistema da Constituição Septenária da Teosofia, o TIF oferece uma base física para as sete camadas do ser: do Atma ao corpo físico (Sthula Sharira). Cada nível pode ser representado como um modo de coerência diferente da teia de tripletos, com as três camadas superiores (Atma-Buddhi-Manas) situadas no pré-espaço fibrado, e as quatro inferiores (Kama-manas, Linga Sharira, Prana Sharira e Sthula Sharira) manifestando-se via o acoplamento com o campo de Higgs, que actua como um filtro vibracional descendente, regulando quais padrões de spin tripletado, manifestam-se respectivamente como Força Nuclear Forte (Kama Manas), Força Nuclear Fraca (Linga sharira), Força Electromagnética (Prana Sharira) e Matéria Fermiónica (Sthula Sharira).

Para maior pormenor deste assunto poderá consultar o texto “137 e a Constituição Septenária”, publicado no blog anteriormente referido.

O modelo TIF não é apenas um esquema físico-informacional, mas uma estrutura gnoseológica profunda entendida como uma chave descodificadora entre física moderna e sabedoria ancestral. A ontogénese do espaço-tempo, a emergência das partículas, e as tríades geracionais tornam-se expressões de uma lógica universal triádica, enraizada na vibração primordial da Consciência.

Neste enquadramento, ciência e tradição espiritual não se opõem, mas convergem numa cosmologia unificada.

 

NOTAS

 

(1) O que são estados ortonormais?

Imagine que está numa sala e quer descrever qualquer direcção possível dentro dela. Pode usar duas direcções principais como referência, uma para a frente (por exemplo, o eixo x) e outra para o lado (por exemplo, o eixo y). Estas duas direcções são perpendiculares, formando 90° entre si, ou seja são ortogonais e podem ter um comprimento equivalente à unidade (a 1, ou seja, são "unitárias") o que equivale dizer que são normalizadas. Quando uma direcção (ou vector) é ortogonal e normalizada, diz-se ser ortonormal, e quando temos várias direcções ortonormais entre si, temos um conjunto ortonormal. Se os estados forem ortonormais, pode medir-se um sistema e saber exactamente em qual desses estados ele está. É como ter um conjunto básico de peças de Lego para montar qualquer outra configuração.

 

(2) Quando desenhamos um ponto numa folha de papel, criamos um espaço bidimensional (2D), mas quando nos movimentamos num quarto, estamos num espaço tridimensional (3D). Agora o espaço de Hilbert será um espaço com infinitas direcções possíveis, onde cada ponto e os “vectores” representam um estado possível de um sistema físico. Cada vector é um estado possível que podem ser somados e multiplicados por números (operação normal com vectores), e existe um produto interno (como o produto escalar), que nos diz o quão “semelhantes” dois vectores são e na física quântica qual a hipótese de transição de um estado para outro. Também é completo, significando que não faltam vectores, ou seja que qualquer sequência que tende para um vector está dentro do espaço, garantindo que o espaço seja “inteiro”.

Um qubit pode estar no estado 0, no estado 1ou em qualquer combinação deles como ψ = α0 + β1 com α2 + β2 = 1. Todos estes estados formam um espaço de Hilbert de 2 dimensões, como um globo com infinitas posições de estado definidas na sua superfície, a chamada de esfera de Bloch.

(3) Os códigos de Haah, também conhecidos como Haah's cubic code, são um tipo muito especial de códigos de correcção de erros quânticos com propriedades extremamente incomuns e fascinantes, propostos por Jeongwan Haah em 2011 e fazem parte do estudo da matéria topológica fractónica (envolve padrões fractais numa nova classe de matéria onde as partículas fundamentais têm mobilidade muito restrita ou nula) e da memória quântica robusta (para guardar informação quântica por muito tempo sem precisar de correcções activas constantes). Por outro lado Os códigos de Fibonacci e os códigos de Levin-Wen são tipos de códigos topológicos quânticos relacionados com estados da matéria exótica e à computação quântica topológica. Surgiram a partir de modelos onde a informação é protegida por propriedades globais e topológicas do sistema, o que os torna ideais para computação quântica tolerante a falhas. Enquanto Os códigos de Fibonacci (porque o número de estados possíveis cresce como a sequência de Fibonacci), baseiam-se em “qualquerões” (ou anyons, partículas que não são bosões nem fermiões) de Fibonacci, que são um tipo especial de quasipartícula não-abeliana que aparece em certos sistemas topológicos bidimensionais, os códigos de Levin-Wen surgem de um modelo proposto por Michael Levin e Xiao-Gang Wen em 2005, representando modelos de rede ou lattice models que descrevem estados de matéria topológica com “qualquerões” não-abelianos. Como são importantes na descrição de fases fundamentais do vácuo, há quem proponha que o próprio espaço-tempo possa emergir de algo parecido com uma rede Levin-Wen quântica.

Este assunto da correcção quântica de erros foi antecipadamente proposta em textos nossos anteriores, e constituem uma das áreas mais profundas e fascinantes da física teórica moderna assentes na ideia de que o espaço-tempo pode emergir de padrões quânticos de entrelaçamento, e que os códigos topológicos como os de Levin-Wen ou de Fibonacci são modelos candidatos para essa emergência. Havíamos ensaiado a essa proposta no texto sob o título “Uma Tentativa de Síntese”, ao estabelecer um paralelo entre a Constante de Fibonacci, o triângulo de Pascal ao conterem padrões que lembram códigos corretores de erros quânticos, que são essenciais para manter a estabilidade de sistemas quânticos. A nossa aposta é a de que a estrutura do espaço-tempo siga também uma organização combinatória, possibilitando a existência de mecanismos internos de correcção quântica de erros, assegurando que informações do éon anterior sejam recuperadas no ciclo seguinte.” A ideia subjacente ao modelo TIF é que o espaço-tempo não é fundamental, mas sim uma emergência colectiva de graus de liberdade mais profundos de natureza informacional e quântica. É aqui que entram os modelos como os de Levin-Wen, Fibonacci, e até Haah que podem ser entendidos como redes quânticas discretas, onde cada ponto da rede representa um grau de liberdade local (um qubit, ou algo mais exótico como qutrit). A estrutura global desses pontos e as ligações entre eles geram propriedades topológicas estáveis não dependem da geometria comum, mas da forma como estão entrelaçados ou emaranhados (entangled). Isto tem implicações profundas na física, das quais uma leva a pensar que o vácuo quântico pode ser uma rede de fios quânticos (strings) que vibracionalmente originam as partículas conhecidas, fotões, fermiões e “qualquerões” como nós e entrelaçamentos topológicos. Os próprios Campos fundamentais da física, como o electromagnetismo, deveriam manifestar-se pela dinâmica de entrelaçamento ou entanglement desta rede.

No caso dos códigos de Fibonacci, cada operação de "trançar" ou de “fusão” de partículas pode ser entendida como transformações no tecido do espaço-tempo em que aquelas leis topológicas de fusão ou “trancar” dos “qualquerões” poderiam ser os seus "axiomas microscópicos". Ou seja, Se o espaço-tempo emerge do entrelaçamento quântico profundo, então a estrutura do Universo pode ser um imenso código de correcção de erros topológico, como propomos no modelo TIF.

O conceito de Campo informacional de tripletos do modelo TIF, pode ser formulado em vários níveis, físico, matemático e ontológico. No domínio físico, a geometria do espaço-tempo no modelo TIF emerge da topologia do entrelaçamento dos tripletos, exactamente como nos modelos Levin-Wen ou redes holográficas. Em termos matemáticos o TIF pode ser formalizado como um tipo de rede categórica quântica, com regras semelhantes às dos modelos topológicos, mas com semântica informacional mais explícita. Tal como os códigos de Fibonacci também o TIF pode ser formulado com uma álgebra de fusão de tripletos. Do ponto de vista ontológico, os códigos preservam informação de forma resistente a erros, do mesmo modo que o TIF cria padrões semelhantes a fractões, então gera auto-estabilidade topológica na rede, levando a que a informação armazenada nos tripletos seja resistente a perturbações locais, ou seja, a informação fundamental do Universo é protegida pela sua própria estrutura, como se o TIF, como estrutura fractónica e topológica, pudesse ser a base de uma memória cósmica holográfica auto-estabilizada. Assim, o TIF realiza um “karma informacional quântico”, onde a coerência global da Realidade é mantida por códigos auto-estabilizantes. Deste modo, integramos os conceitos védicos de Akasha e Karma com os “mecanismos” de equilíbrio informacional do Universo, dado que os códigos topológicos são, essencialmente, mecanismos de correcção de erros, e a estrutura do TIF contem códigos de correcção embutidos, em que as informações incoerentes (erros) são “compensadas” ou “balanceadas” num processo automático análogo à forma como um código topológico detecta e corrige erros locais sem intervenção externa. Para além do mais, estas “geometrias” de entrelaçamento podem lembrar estados específicos da Consciência, tal como no ternário Atma, Budhi, Manas.

Assim englobamos ciência e arte nos seus simbolismos mais profundos onde o Número de Ouro (também conhecido como a Proporção Divina) é o resultado matemático da proporção

da qual se extrai o valor da “constante” infinita 1.61803399...  (a Constante de Fibonacci) que representa a perfeição e a beleza na Natureza. O Universo como rede de processamento simbólico, onde o espaço-tempo e a matéria são interpretações “geométricas” de um substrato lógico-topológico quântico saídas de um pré-espaço Fibrado em interface com o Hiperespaço, o Absoluto, a Consciência Pura.

 A própria Perfeição e Beleza como arquétipos no seio da Unificação!

 

(4) O subespaço de Hamming é um conceito que aparece na teoria da informação e na teoria de códigos, especialmente no contexto de códigos de correcção de erros. O espaço de Hamming é como um cubo de n dimensões com todos os vectores possíveis, enquanto o seu subespaço é como um plano interno ao cubo, contendo apenas os vectores válidos do código, ou seja, aqueles que carregam a informação protegida.

 

(5) As matrizes de Gell-Mann são uma generalização das matrizes de Pauli para sistemas de três estados tais como um qutrit (em vez de um qubit). As matrizes de Pauli (𝜎₁, 𝜎₂, 𝜎₃) são os geradores do grupo SU(2) que descreve a simetria de sistemas com dois estados (qubits, spins ½), ao passo que as matrizes de Gell-Mann são os geradores do grupo SU(3) que descreve simetrias de sistemas com três estados (qutrits, partículas com 3 “sabores” como os quarks).

No modelo TIF os tripletos de spin ½ são usados para codificar qutrits, e deste modo, as matrizes de Gell-Mann podem representar observáveis e operações dos qutrits locais, ajudando a definir dinâmicas e simetrias locais da rede de tripletos. Na física quântica, um observável refere-se a qualquer quantidade mensurável associada a um sistema (como energia, spin, posição, etc.), e é representado por um operador hermitiano que garante valores reais. Um observável local é aquele que actua somente numa pequena região (ou em um número finito de graus de liberdade) e mede as propriedades locais da rede, sem exigir conhecimento de toda a estrutura global. No modelo TIF estes operadores actuam sobre um único tripleto ou um pequeno grupo de tripletos vizinhos, extraindo ou manipulando a informação codificada nas suas configurações de spin e assim reflectem as propriedades informacionais, topológicas ou geométricas locais da teia.


João Porto e Ponta Delgada, 20/06/2025


A Teia Informacional Fibrada, os Higher Qutrits-Spin-Triplets ou a Descodificação de Tradições Metafísicas Milenares

  Discussion & Perspectives The Triplet Informational Field (TIF) model advances a pre-spacetime framework based on entangled spin-½ t...