segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Cosmogénese 7 - Buracos Negros à luz de Sete Princípios

 

Messier 81 e Messier 82 com os seus Núcleos Galácticos Activos. Imagem do autor.

Vamos partir dos sete aforismos de Hermes Trismegisto no Caibalion para descobrir estes objectos do céu profundo, que tanto intrigam e consomem vastos recursos à Ciência.

 

Primeiro aforismo: O Princípio do Mentalismo.

O Todo é Mente; o Universo é Mental.

Poderemos elencar dois aspectos: o primeiro basear-se-á na nossa íntima relação com o universo que nos rodeia. É através da nossa mente que passa toda a fenomenologia da existência com a qual interagimos, provocando continuamente o seu colapso, segundo a física quântica, apontando para que o mundo material é criado pela consciência.

O Segundo aspecto, surgirá pela concepção desde sempre transmitida pela filosofia védica, querendo nós reportar à filosofia mais antiga, de que tudo o que existe foi ideado primeiramente pela Mente do Uno, o Grande Arquitecto, o Absoluto, o Gérmen na Raiz, o Logos, reflectida nos arquétipos explicados por Platão, como se a realidade fosse apenas a Sua pegada ou a Sua assinatura.

Sob este último aspecto reside um grande acervo de opiniões muito actuais, do lado da Ciência, suportadas algumas por modelos matemáticos, defendendo que o Universo é Consciência. Neste campo, conceptualmente materialista, situa-se a Teoria da Informação Integrada (TII) de Giulio Tononi (2004 e 2014), enbandeirada pelo símbolo Phi (Φ). Defende axiomaticamente que o todo não é a simples soma das partes, permitindo posteriormente comparar matematicamente por outras teorias, a estrutura organizacional do nosso cérebro com a recente descoberta da estrutura filamentar do Universo, a Laniakea, que é composta por mais de 100.000 galáxias, incluindo a Via Láctea e o Aglomerado da Virgem, com um diâmetro aproximadamente de 520 milhões de anos-luz.

 

O Panpsiquismo, de certo modo, aplica esta ideia a toda a natureza e aos seus aspectos evolucionistas através da sua mais recente Teoria Holo-Morfogenética, iniciada por Rupert Sheldrake.


Figura 1 – Laniakea significa universo imensurável em havaiano. Galáxias que se aproximam (em azul) e se afastam (em vermelho) da Via Láctea.

Por Brent Tully - TULLY, R. Brent et al. The Laniakea supercluster of galaxies. Nature, v. 513, n. 7516, p. 71-73, 2014., CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=64749627


Em cada galáxia reside um Buraco Negro representando, segundo as concepções mais recentes, centros de energia titânica, na base da qual estão os Glóbulos de Fermi, que na nossa opinião constituem quais nodos inter-sinápticos por onde flui a informação depois de ser retida. É assim que Stephen Hawking, Maldacena, Lee Smolin e tantos outros chegam á conclusão que a informação não se perde nos Buracos Negros.

 

Segundo aforismo: O Princípio da Correspondência.

O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.

O comentário anterior poderia perfeitamente ter continuidade neste segundo aforismo, ao compararmos a organização neurológica cerebral com a organização e distribuição das galáxias no Universo. Isto levaria a supor a existência de uma estrutura fractal que de “alto a baixo” reproduzisse de alguma forma um padrão comum a toda a natureza.

Aqui poderíamos inserir a topologia espacial De Sitter na representação da estrutura do horizonte de eventos de um Buraco Negro e, de forma semelhante conceber a estrutura do Universo sob a topologia k=1 com o mesmo padrão e em consonância com a Teoria de Roger Penrose da Cosmologia Cíclica Conforme (CCC).

 

Figura 2 - Geometria Hiperbólica de Escher, “CircleLimit III”, representa o Espaço Anti-De Sitter. Na realidade, nós habitamos um “De Sitter (dS) espaço” de curvatura positiva, que se assemelha à superfície de uma esfera que está se expandindo sem limites. Escher, Maurits (1898-1972) - 1959 Circle Limit III (Woodcut, 5 Blocks) https://www.flickr.com/photos/32357038@N08/4239242298/

 

 

Ou seja, a informação em vez de ser destruída no interior do Buraco Negro, seria acumulada ou armazenada numa superfície bidimensional que de forma semelhante a um holograma projectaria uma imagem de si mesmo em três dimensões, como a figura geométrica dos peixinhos se projectariam de forma infinita na fronteira do horizonte de eventos, como mostra a figura 2.

Ao apresentar apenas duas dimensões o Buraco Negro faz desaparecer o conceito de gravidade, como nos tem sido transmitida, assume a gravidade quântica no espaço granular e, repõe a sua inerente entropia com uma imagem tridimensional. A gravidade que sempre foi tão importante em termos da Relatividade Espacial é trocada pela quantização “granular” do espaço.

Aplicando este conceito a todo o Universo (Leonard Susskind e Gerard't Hooft), este seria um holograma, no qual as informações tridimensionais estão “impressas” em superfícies bidimensionais situadas na esfera imaginária que circunda nosso Universo. Seria como uma “flatland” onde os seus habitantes viveriam sem saber num mundo com apenas duas dimensões. Assim, espantosamente o nosso mundo tridimensional seria apenas uma ilusão, fazendo-nos regressar, de forma muito concreta, à concepção milenar dos Vedas (Maya).

 

Terceiro aforismo: O Princípio da Vibração.

Nada está parado; tudo se move, tudo vibra.

Novamente, este aforismo vem no seguimento de alguns princípios que derivam dos fenómenos apresentados no anterior, confirmando como veremos a intrínseca ligação entre todos.

Um Buraco Negro é por excelência o fenómeno que ilustra bem este aforismo.

Por definição as suas convulsões quânticas que caracterizam o seu estado para além do horizonte de eventos, conduzem-nos à concepção de estados vibracionais intensíssimos, onde a singularidade e os valores infinitesimais que surgem da sua lógica matemática, gerados pelo conflito entre a Relatividade e a Mecânica Quântica, desaparecem, substituídas pelo espaço granular – os átomos do espaço, e pela topologia 2D, como vimos anteriormente.


Figura 3Imagem de um Buraco Negro super massivo no centro da galáxia elíptica super gigante Messier 87. 
Dotado de uma massa de 7 bilhões de vêzes a do Sol, esta imagem foi divulgada pelo Event Horizon Telescope em 10 de Abril de 2019. 
Wikimedia Commons.


Estamos a falar da natureza quântica do espaço, o seu tecido, traduzida no conceito da sua "granularidade" ou como “espuma” e referenciado numa escala terrivelmente diminuta, conhecida como escala de Planck (10-35 metros), representado pelo símbolo Ꙇƿ – o comprimento de Planck.

Então, pela sua natureza, aplica-se ao espaço o Princípio da Incerteza de Heinsenberg (formulado em 1927) onde as flutuações e superposições quânticas criam um “oceano” de ondas vibracionais mesmo perto do zero absoluto. É este espaço que é retorcido pelo Buraco Negro encaminhando sobre si toda a matéria e a própria luz formando um disco de acreação com intensos campos electromagnéticos, correntes de gás ionizado e emissão de raios gama, formando redemoinhos colossais em torno da sua ergoesfera (no modelo simples de Kerr-Schwarzschild). Nem a própria luz escapa, mas no entanto toda a informação, que configura a estrutura da matéria, é guardada na superfície 2D do seu horizonte de eventos, que cresce de acordo com a informação avassalada. Como se cada galáxia, através do seu Buraco Negro central, criasse uma memória das suas origens e do seu fim, necessária á reposição, no fim dum éon manvatárico, a um novo ciclo que dará origem.


Quarto aforismo: O Princípio da Polaridade.

Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual, são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos tocam-se; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.

Praticamente todas as galáxias possuem um Buraco Negro central, os designados Núcleos Activos Galácticos, alguns 1000 vezes superiores ao nosso. Deste Buraco Negro Central partem normalmente duas bolhas de gás ionizado, gigantescas direccionadas em sentidos opostos. A nossa galáxia, a Via Láctea, também dá conta da existência de tais estruturas que foram estudadas recentemente pelos astrónomos do telescópio WHAM (Wisconsin H-Alpha Mapper) e pelo Telescópio Hubble, que mediram pela primeira vez estas bolhas calculadas em cerca de 50.000 anos-luz de comprimento. Denominadas Bolhas de Fermi, assemelham-se a uma estrutura tipo ampulheta. Ali residem potentes jactos de gás ionizado conformados por campos magnéticos colossais e emissões de raios X e gama gerados no impacto da radiação cósmica e de partículas com velocidades relativísticas com o gás e dando forma á estrutura bicónica visível em raios X com um globo a norte e outro a sul do plano galáctico.

Esta imensa explosão datada de à 3,76 milhões de anos, que crê-se ter lançado um flash de luz sobre galáxias nossas vizinhas e sobre os nossos próprios céus, ilustra bem a polaridade magnética presente no fenómeno que deverá ter dado origem á ignição de milhares de estrelas agora presentes em aglomerados estelares alojadas perto do núcleo central da nossa galáxia.

Ou seja a destruição avassaladora de matéria pelo Buraco Negro (não da informação subjacente que a enforma ou faz parte dela) é a mesma fonte de criação de novos mundos. Esta duplicidade de carácter oposto, representa um aspecto comum a estes objectos cósmicos cujo horizonte de eventos cresce á custa da matéria que engole e devolve em parte depois de processada e que inclusivamente poderá estabelecer a sua influência na estrutura do halo da tão propalada Matéria Escura que envolve a nossa galáxia.


Figura 4  – Bolhas de Fermi e Núcleo Galáctico Activo (NGA)
Wikimedia Commons

Quinto aforismo: O Princípio do Ritmo.

Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem as suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.

O Buraco Negro na sua actividade forma uma vasta zona de choque onde a radiação impacta o meio circundante tal como as regiões de formação estelar criam “ventos” formados pela radiação estelar, modelando as áreas à sua volta em bonitas formações nebulares. As Zonas Moleculares Centrais (ZMC) nos centros galácticos são zonas de formação estelar em que no nosso caso ronda uma produção em cerca de 0.1 M/ano, o que é relativamente modesto se compararmos esta taxa com a galáxia Messier 82 que é 100x maior.

Se adicionarmos a actividade do Buraco Negro no centro da nossa galáxia com a actividade da ZMC, teremos um espaço local muitas vezes expandindo-se para o espaço inter-galáctico, repleto de fluxos e refluxos de plasma, como marés de um vasto oceano, dando evidência a um universo de características electromagnéticas em concorrência com a gravidade.

Por toda a galáxia são comuns as estruturas de plasma tipo toroidais, formações tipo confinamento zeta (Z-Pinch), em camadas de plasma duplas, bi-lobadas, dipolares, dipolos magnéticos, todos derivando de formações electromagnéticas do plasma (considerado o 4º estado da matéria). Para tal é ver as configurações adquiridas por algumas nebulosas planetárias, por remanescentes de Supernovas ou as ejecções de massa coronal do nosso Sol e de outras estrelas (jactos de massa coronal que envolvem o nosso planeta e criam por exemplo os fenómenos pulsáteis das Auroras boreais e austrais).


Figura 5Exemplos de Nebulosas Planetárias e de estruturas de gás na nossa galáxia. Mosaico criado com imagens originais do autor.


Aqui não poderei de deixar de referir a opinião de Helena Blavatsky no Livro Secreto de Dzyan, ao defender a importância de um universo eléctrico contrapondo-o ao gravitacional Newtoniano.

De facto todo o espaço galáctico e inter-galáctico é permeado por correntes eléctricas e campos magnéticos cuja natureza potentíssima modelam e dão ritmo ao meio e aos corpos que nele existem e aos quais os Buracos Negros dão os seu maior contributo. 


Sexto aforismo: o Princípio da Causa e Efeito.

Toda a causa tem seu efeito, todo o efeito tem a sua causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; existem muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.

Apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang, as primeiras estrelas do universo eram imensamente massivas, de tal modo que tinham uma vida muito curta. Com uma metalicidade muito pobre, constituídas maioritariamente à base de hidrogénio e hélio, que consumiam rapidamente, explodiam cedo por tal razão, em potentes Supernovas assimétricas, criando Buracos Negros, e dando origem a estrelas de segunda geração mais pequenas, como o nosso Sol, e que como tal ainda hoje estão presentes.

Destas primeiras estrelas foram criados os primeiros elementos pesados, tais como o carbono, o ferro e o zinco que constituíram as sementes do que viria a seguir-se. Após isso os restantes elementos só surgiriam por reacções da núcleosíntese na segunda geração de estrelas, os elementos necessários à vida, como se tivessem aparentemente surgido de um acaso.

Destas Supernovas gigantescas que originaram Buracos Negros iniciais, formaram-se os futuros Núcleos Galácticos Activos que reionizaram todo o espaço em redor pleno de hidrogénio e hélio, incentivando a formação de novas galáxias.

Simulações em computador acompanhadas por observações astronómicas na área da espectroscopia, mostraram e comprovaram um longo processo de construção do Universo. Estas Supernovas iniciais eram assimétricas em vez de esféricas, projectando potentes jactos de elementos pesados, tais como o zinco, no espaço circundante, espalhando assim as sementes que aglutinariam os elementos necessários ao aparecimento das galáxias, ancoradas em Buracos Negros originados na explosão titânica destas Supernovas, comportando-se como autênticos processadores de informação necessária à evolução das galáxias (ver Relação M-sigma cujo mecanismo foi sugerido por Joseph Silk e Martin Rees em 1998).

Um bom exemplo de uma série de Causa e Efeito, que suporta a origem do Universo e que recusa o acaso, como se a configuração ou o modelo das orbitais atómicas do hidrogénio (o elemento primordial no Universo) se reflectisse, a um outro nível, nas “Bolhas de Fermi”, nos jactos assimétricos das primeiras supernovas e ainda na criação dos primeiros Buracos Negros. Esta ideia vem também de encontro ao segundo princípio inscrito no Caibalion, podendo afirmar que o macrocosmos é o reflexo do microcosmos e vice-versa. Como se uma Lei geral e universal atravessasse todas as coisas.



Figura 6 - Núvem da orbital atómica do hidrogénio e as Bolhas de Fermi. Wikimedia Commons.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Atomic-orbital-cloud_n3_l2_m0.png
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:XMM-Newton_discovers_galactic_%E2%80%98chimneys%E2%80%99_%E2%80%93_annotated_ESA19306760.jpeg.

Sétimo aforismo: o Princípio do Género.

O Género está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o género manifesta-se em todos os planos.

Qual o processo que faz surgir um Buraco Negro?

De um lado temos estrelas supermassivas prenhes de energia (lado feminino) e do outro lado o fenómeno violento do seu colapso (lado masculino). Neste processo estas duas forças opostas, com a sua polaridade de actuação, completam-se ao criar um novo objecto: uma estrela de neutrões proveniente do colapso de uma estrela com massa intermédia ou um Buraco Negro quando a estrela tem uma massa enorme equivalente pelo menos a 3 massas solares.

Hoje é amplamente aceite, por razões observacionais candentes, que o centro de quase todas as galáxias, dispõem de um Buraco Negro mais ou menos super massivo, e não apenas aquelas com núcleos activos. Isto é confirmado pela relação M-sigma, que sugere uma forte ligação entre a formação do buraco negro e a própria galáxia. Logo, mais uma vez, o acto potencial da criação supervisionado pela lei dos dois opostos, em que a falta de um evidencia o outro. Nada pode ser criado sem o equilíbrio desta aliança, um não funciona sem o outro.

Se por um lado o fenómeno implica destruição, pelo outro implica regeneração, tal como o Yin e Yang da filosofia chinesa, energias passivas e activas, negativas e positivas, quanto mais temos de Yin (escuridão, espaço), mais temos de Yang (luz, radiação), potencializando-se um ao outro na criação. O Buraco Negro assim funciona, aumentando a superfície 2D do seu horizonte de eventos (guardando a informação) ao mesmo tempo que aumenta a destruição da matéria 3D.

 

Conclusão

Os sete aforismos do Caibalion podem constituir uma fonte de inspiração e orientação na interpretação da fenomenologia mais material à mais subtil. Cada aforismo é importante “de per si” mas o seu conjunto forma um corpo que dá vida ao inanimado ou revela a alma mais profunda das coisas viventes, como se a soma das partes fosse maior que o todo.

Ao utilizarmos os Buracos Negros para explorar os sete princípios herméticos, tivemos apenas o propósito de confirmar a sua universalidade extensível aos fenómenos mais redutíveis e até agora menos compreendidos do Universo e da sua cosmogénese.

 

Bibliografia

O CAIBALION – Os três iniciados, Estudo da Filosofia Hermética do antigo Egipto e da Grécia, Universalismo, Publicações Maitreya, 2018.

A FUNDAMENTAL RELATION BETWEEN SUPERMASSIVE BLACK HOLES AND THEIR HOST GALAXIES, Ferrarese, The Astrophysical Journal Letters. 539: 9–12.

ÍSIS SEM VÉU, Volume I, Helena P. Blavatsky.

A DOUTRINA SECRETA, Vol. III – Antropogénese, Parte I: A Evolução Cósmica, Sete Estâncias do Livro Secreto de Dzyan, de H. P. Blavastsky

THE KAVLI FOUNDATION — Kelen Tuttle (Winter 2014) - https://www.kavlifoundation.org/science-spotlights/bubbles-center-our-galaxy-key-understanding-dark-matter-and-milky-ways-past#.X_oWPkEfpPY.


Texto em inglês


Black holes seen according to Seven Principles.


Let us begin with the seven aphorisms on Kybalion’s Hermes Trismegistus to learn more about these deep sky objects, that intrigue and consume such vast resources to science.

First Aphorism: Principle of Mentalist.

The Whole is Mind; the Universe is Mental.

We can name two aspects: The first will be based on our intimate relationship with the universe. It is through our mind that passes all phenomenology of existence with which we interact, continuously provoking its collapse, according to Quantic Physics, pointing that the material world is created by conscience.

The second aspect will arise in the conception of the always transmitted Vedic Philosophy. When reporting to the most ancient philosophy, that everything that exists was ideated, firstly, by the Mind of the One, the Great Architect, the Absolute, the Germen in the Root, the Logos, reflected in the archetypes explained by Plato, as if reality were only His footprint or His signature.

In this last aspect lies a large body of opinions that current lay by Science’s side, supporting some of the mathematic models, defending that the universe is Consciousness. In this field, conceptually materialistic, is the Integrated Information Theory (IIT) of Giulio Tononi (2004 and 2014), emoted on the Phi symbol (φ).  It argues axiomatically that the whole is not the mere sum of the parts, allowing later, to be compared mathematically by other theories, the organizational structure of our brain with the recent discovery of the filamentary structure of the Universe, the Laniakea, that is composed by more than 100.000 galaxies, including the Milky Way and the Agglomerate of the Virgin, with a diameter of, approximately, 520 million of light-years.   

The Panpsychism, in a certain way, applies this idea that all nature and its evolutionist’s aspects thru this more recent Holo-morphogenetic theory, initiated by Rupert Sheldrake.

Second Aphorism: Principle of Correspondence.

What is on top is like what is down, and what is down is like what is on top.

The previous comment could perfectly continue in this second aphorism, when comparing the brain neurological system with the organization and distribution of the galaxies in the Universe. This would lead to the existence of a fractal structure that from “high to low” somehow reproduced a pattern common to all nature. 

Here we could insert the Spatial Topology De Sitter in the representation of the event horizon structure of a Black Hole and, in a similar way to conceive the structure of the universe under topology K=1 with the same pattern and in line with Roger Penrose’s Theory of Cosmology Cyclic Conform (CCC).

That is, the information instead of being destroyed inside the Black Hole would be accumulated or stored on a two-dimensional surface that similarly to a hologram would project an image of itself in three dimensions, such as the geometric figure of the minnows would project endlessly on the boundary of the event horizon, as shown in figure 2. 

By presenting only two dimensions the Black Hole makes disappear the concept of gravity, as it has been transmitted to us, it assumes quantum gravity in the granular space and, repost its inherent entropy with a tridimensional image. Gravity which has always been so important to the Spatial Relativity is changed with the quantification “granular” of space.

Applying this concept to the entire Universe (Leonard Susskind and Gerard’t Hooft), this would be a hologram, in which tridimensional information are “printed” on two-dimensional surfaces situated in the imaginary sphere that surrounds our Universe. It would be like a “flat land” where its inhabitants, without knowing, would be living in a world with just two dimensions. That said, amazingly our tridimensional world would be just an illusion, making us come back, in a very concrete way, to the Vedas (Mayas) millenary conception.   

 

Third Aphorism: Vibration Principle.

Nothing is still; everything moves; everything vibrates.

Again, this aphorism follows some principles that derive from the phenomena presented in the previous one, confirming how we will see the intrinsic connection between all.

A Black Hole is, for excellence, the phenomenon that best illustrates this aphorism.

Per definition, its quantum convulsions that characterize their state beyond the event horizon, lead us to the design of very interesting vibrational states, where the uniqueness and infinitesimal values appear from the mathematical logic, created in the conflict between Relativity and Quantum Mechanics, disappear, substituted by the concept of granular space – the space’s atoms, and by the 2D typology, as we have seen.

 We are talking of space’s quantum nature, its tissue, translated on the concept of its “granularity” or “sponge” and referenced on a terribly small scale, known as the Plank scale (10-35 meters), represented by the symbol Ꙇƿ – the Planck length.

 

So, by its nature, applies to space the Uncertainty Principle of Heisenberg (built in 1927) where the fluctuations and quantum superposition’s create an ocean of vibrational waves even close to absolute zero. It is this space that is twisted into the Black Hole forwarding over all mater and light itself, forming a disc of accretion, with intense electromagnetic camps, ionized gas flows and Gama rays’ emissions, forming colossal mill nets round your sphere ergo (in the simple model of Kerr-Schwarzschild). Neither light itself escapes, but nevertheless all information, that configure the mater structure, it is saved on the 2D surface of its horizon of events, that grows according to the intake information. As if each galaxy, through its central Black Hole, created a memory of its origins and its purpose, necessary for the replacement, at the end of a manvantara eon, to a new cycle.        

 

Fourth Aphorism: Polarity Principle.

Everything is double; everything has two poles; everything has its opposite; the equal and the unequal are the same thing; opposites are identical in nature, but different in degree; the extremes touch; all truths are half-truths’; all paradoxes can be reconciled.

Virtually all galaxies have a Central Black Hole, the so-called Galactic Active Nuclei, and some 1000 times larger than ours. From this Central Black Hole, normally, depart two gigantic bubbles of ionized gas that take opposite directions. Our galaxy, the Milky Way, also gives account of the existence of this structure that has recently been studied by telescope astronomers WHAM (Wisconsin H-Alpha Mapper) and by the Hubble telescope, that measured, for the first time, these bubbles calculated at about 50.000 light-years long. Called Fermi Bubbles, they equal to a structure like hourglass. There reside the powerful ionized gas jets formed by colossal magnetic fields and X-ray and gamma emissions generated in the impact of cosmic radiation and particles with relativistic speeds with gas and giving shape to the visible biconical structure in X-rays with a globe on north and another on south of the galactic plain.

This enormous explosion, dated of 3.76 million years, believed having launched a flash of light over our neighborhood galaxies and our own skies, shows well the magnetic polarity present in the phenomenon that might have originated the ignition of millions of stars now present in stellar agglomerates placed near our galaxy core.

That is, the overwhelming destruction of matter by the Black Hole (not the underlying information that is part of it) is the same source of creation of new worlds. This duplicity of opposite character represents an aspect common to these cosmic objects whose horizon of events grows at the expense of the matter that swallows and returns in part after being processed and which may even establish its influence on the structure of the halo of the so-called Dark Matter that surrounds our galaxy.

Fifth aphorism: Principle of Rhythm.

Everything has flow and reflux; all themes its tides; everything goes up and down; everything is manifested by compensated oscillations; the measure of the movement on the right is the measure of the movement on the left; rhythm is compensation.

The Black Hole in its activity forms a vast shock zone where radiation impacts the surrounding environment just as star-forming regions create "winds" formed by stellar radiation, modeling the areas around it in beautiful haze formations. The Central Molecular Zones (CMZ) in galactic centers are star formation zones where, in our case, it is around a production of about 0.1 M/year, which is relatively modest if we compare this rate with the galaxy Messier 82 which is 100x larger.

If we add black hole activity to the center of our galaxy with The ZMC's activity, we will have a local space often expanding into intergalactic space, filled with plasma flows and ebbs, like tides from a vast ocean, giving evidence to a universe of electromagnetic characteristics without competition with gravity.

Throughout the galaxy are common toroidal plasma structures, zeta confinement formations (Z-Pinch), in layers of double plasma, bi-lobed, dipolar, magnetic dipoles, all derived from electromagnetic formations of plasma (considered the 4th state of matter). To this end is to see the configurations acquired by some planetary nebulae, by remnants of supernovae’s or the coronal mass ejections of our Sun and other stars (coronal mass jets that involve our planet and create for example the pulsate phenomena of the Boisterous and Southern Auroras).

Here I cannot fail to mention Helena Blavatsky's opinion in the Secret Book of Dzyan, in defending the importance of an electrical universe opposing Newtonian gravitational.

In fact, all galactic and intergalactic space is permeated by electric currents and magnetic fields whose potent nature shapes and rhythms to the environment and the bodies that exist in it and to which black holes make their greatest contribution.

Sixth aphorism: Principle of Cause and Effect.

The whole cause has its effect, the whole effect has its cause; everything happens according to the Law; chance is simply a name given to an unrecognized law; there are many causality plans, but nothing escapes the law.

Just a few hundred million years after Big Bang, the first stars in the universe were immensely massive, such that they had a very short life. Common very poor metallicity, consisting mostly of hydrogen and helium, which consumed rapidly, exploded early for this reason, in powerful super new asymmetric, creating Black Holes, and giving rise to smaller second generation stars, such as our Sun, and which as such are still present today.

From these first stars were created the first heavy elements, such as carbon, iron and zinc that constituted the seeds of what would follow. After that the remaining elements would only arise by reactions of the synthesis core in the second generation of stars, the elements necessary for life, as if they had apparently arisen from chance.

From these gigantic supernovaes that originated the early Black Holes, the future Active Galactic Nuclei were formed reonizing all hydrogen and helium in the space around, encouraging the formation of new galaxies.

Computer simulations accompanied by astronomical observations in spectroscopy showed and proved a long process of universe construction. These initials supernovaes were asymmetric instead of spherical, projecting powerful jets of heavy elements, such as zinc, into the surrounding space, thus spreading the seeds that would agglutinate elements necessary for the appearance of galaxies, anchored without Black Holes originated in the titanic explosion of these supernovaes, behaving like authentic processors of information necessary for the evolution of galaxies (see M-sigma relationship whose mechanism was suggested by Joseph Silk and Martin Rees in 1998).

A good example of a series of Cause and Effect, which supports the origin of the Universe and which refuses chance, as if the configuration or model of the atomic orbits of hydrogen (the primordial element in the Universe) was reflected, at another level, in the "Fermi Bubbles", in the asymmetric jets of the first supernovae and also in the creation of the first Black Holes. This idea also goes against the second principle inscribed in Kybalion, and can affirm that the macro cosmos is the reflection of the microcosm and vice versa. As if a general and universal law went through all things.

Seventh aphorism: Gender Principle.

Gender is in everything; we all have a masculine principle and its feminine principle; gender manifests itself in all plans.

What is the process that causes a Black Hole to emerge?

On one side we have super massive stars with energy (female side) and on the other side the violent phenomenon of their collapse (male side). In this process these two opposing forces, with their polarity of action, are completed by creating a new object: a neutron star from the collapse of a star with intermediate mass or a Black Hole when the star has a huge mass equivalent to at least 3 solar masses.

Today it is widely accepted, for important observational reasons, that the centers of almost all galaxies have a more or less supermassive Black Hole, and not just those with active nuclei. This is confirmed by the M-sigma relationship, which suggests a strong link between the formation of the black hole and the galaxy itself. Therefore, once again, the potential act of creation supervised by the law of the two opposites, in which the lack of one, evidence the other. Nothing can be created without the balance of this alliance; one does not work without the other.

If on the one hand the phenomenon implies destruction, on the other implies regeneration, such as the Yin and Yang of Chinese philosophy, passive and active energies, negative and positive, the more we have of Yin (darkness, space), the more we have of Yang (light, radiation), potentiating each other in creation. The Black Hole works like this by increasing the 2D surface of its event horizon (guarding formation) while increasing the destruction of 3D matter.

Conclusion

The seven aphorisms of Kybalion can be a source of inspiration and guidance in the interpretation of the most subtle material phenomenology. Each aphorism is important "per se" but its whole form a body that gives life to the inanimate or reveals the deepest soul of living things, as if the sum of the parts were greater than the whole.

Exploring Black Holes through the seven hermetic principles, we were only intended to confirm their universality, extensible to the most reducible phenomenon, and so far less understood phenomena of the Universe like its cosmogenesis.

 

Bibliography

O CAIBALION – Os três iniciados, Estudo da Filosofia Hermética do antigo Egipto e da Grécia, Universalismo, Publicações Maitreya, 2018

A FUNDAMENTAL RELATION BETWEEN SUPERMASSIVE BLACK HOLES AND THEIR HOST GALAXIES, Ferrarese, The Astrophysical Journal Letters. 539: 9–12. 

ISIS SEM VÉU, Volume I, Helena P. Blavatsky.

A DOUTRINA SECRETA, Vol. III – Antropogénese, Parte I: A Evolução Cósmica, Sete Estâncias do Livro Secreto de Dzyan, de H. P. Blavastsky

THE KAVLI FOUNDATION — Kelen Tuttle (Winter 2014) - https://www.kavlifoundation.org/science-spotlights/bubbles-center-our-galaxy-key-understanding-dark-matter-and-milky-ways-past#.X_oWPkEfpPY


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