Enquanto a genética clássica afirma a primazia dos genes e da sua estrutura física, orgânica e funcional, sobre a vida, como forma que esta última tem de revelar e expressar as forças estruturantes da matéria, as nucleares fortes e fracas na estrutura base dos átomos e moléculas, constituindo como que o seu “núcleo duro”, a epigenética é o interface entre o ambiente de uma forma geral, e os genes controlando a sua actividade, onde os campos electromagnéticos ganham primazia e modelam o comportamento e evolução dos organismos vivos e a sua plasticidade. Em conjunto estes três campos quânticos integram-se e confluem para a consubstanciação da matéria fermiónica formando o Quaternário na Constituição Septenária.
Todas as bio-moléculas assentam a sua estrutura física no agrupamento de átomos cuja existência é devida às forças nucleares fortes e fracas e electromagnéticas, que corporizam os núcleos (protões e neutrões) e os electrões, característicos de todos os elementos químicos, colocando-os nas devidas posições conhecidas da Tabela Periódica.
Deste modo as bio-moléculas tomam configurações funcionais de acordo com o electromagnetismo imanente das suas estruturas que as configuram como “fechadura/chave” nos mecanismos actuantes dos processos Receptores/Efectores que constituem as bases do metabolismo celular ou, por outras palavras, dos fenómenos entrópicos/sintrópicos da Vida.
Ou seja, as polaridades das bio-moléculas, que estão na base da sua configuração activa, surgem devido à deslocalização e rearranjo das orbitais atómicas criando fenómenos de natureza quântica como o “efeito túnel”, o “entanglement” e a “superposição”.
Assim conclui-se que são as leis da física quântica e não as leis newtonianas e as concepções cartesianas que controlam os movimentos moleculares geradores da Vida, onde os campos electromagnéticos, regulam o ARN e o ADN e as sínteses proteicas, a função das proteínas, as hormonas, a regulação dos genes, a divisão e diferenciação celulares e a morfogénese com a formação de tecidos e órgãos.
Torna-se evidente que a “escolha” desta tipologia se deve a que as frequências electromagnéticas são 100x mais eficientes na transmissão de informações do que os sinalizadores biológicos como são as hormonas, os neuro-transmissores, os factores de crescimento (releasing factors), etc. Um elemento químico evolui a 1 cm por segundo enquanto os campos electromagnéticos a 300.000 quilómetros por segundo!
O Projecto do Genoma Humano descobriu recentemente que 80% do ADN não contribui para a codificação das cerca de 100.000 proteínas diversas que constituem o organismo humano e que o ADN não codificante, agora designado por “matéria negra”, são autênticos “interruptores” de genes, activando-os ou desactivando-os, conforme estão sujeitos a influências ambientais. Surge assim a ideia de que os genes são as peças de construção física e o ADN não codificante o “manual de instruções” que ensina como montar o modelo. No entanto há bem poucos anos atrás esta preciosa fonte de informação era considerada lixo.
As comunidades de células derivadas da morfogénese e do surgimento dos órgãos, especializam-se funcionalmente., criando sistemas complexos de comunicação e veiculação de informação que configuram um crescimento da “inteligência” e da “consciência” onde o todo é superior à soma das partes.
A divisão de trabalho nas células eucariotas ofereceu vantagens adicionais de sobrevivência, confirmando aquilo que Lamarck sugeriu com a ideia de uma evolução cooperativa e não tanto competitiva como defendia posteriormente Darwin. Hoje sabe-se da existência de transferência genética interespécies e intraespécies. A comunicação explora e faz-se em todos os sentidos de forma sustentável e económica na utilização de recursos.
É assim que têm actualmente lugar o desenvolvimento das aplicações da física quântica: as tomografias axiais computorizadas (TAC), ressonâncias magnéticas (RM), tomografias por emissão de positrões (TEP), só possíveis pela aplicação prática das interferências construtivas ou das ressonâncias harmónicas moleculares e atómicas. Estas tão bem expressas na prática pelas interferências construtivas/destrutivas nas ondas de um lago, ou na aplicação de ondas sonoras destinadas à destruição das pedras nos rins ou ainda aquele fenómeno de destruição de um cálice de cristal emitido por um tenor. Actualmente outros exemplos perfilam-se nas medicinas alternativas representadas pela radioestesia, electroterapia ou ainda pela homeopatia, onde nesta última as estruturas aquosas da água imitam as moléculas originais dos produtos sujeitos a sucessivas diluições.
Outros casos como aquele da fotossíntese que mostram a transferência de electrões através do “efeito túnel” dos processos ondulatórios e que estão na base do surgimento e da manutenção da Vida no nosso planeta.
Todas são aplicações e práticas resultantes dos efeitos de entrelaçamento quântico, da sobreposição quântica ou ainda do efeito túnel, os “mecanismos” quânticos entrevistos nas concepções do Prana ou do Fohat e exploradas pelas práticas da medicina oriental com as suas redes de vias energéticas, meridianos e Chacras do corpo humano. A prática Yoga mostra que as pessoas que fazem meditação apresentam uma série de diferenças genéticas e moleculares que incluem níveis reduzidos de genes pró-inflamatórios e alterações dos mecanismos reguladores dos genes.
Verifica-se que a “energia” dos pensamentos, pode activar ou inibir as proteínas indutoras do funcionamento das células através da mecânica quântica da interferência construtiva/destrutiva e dos sistemas de comunicação das PIM - Proteínas Integrais da Membrana celular, bem como das suas proteínas receptoras/efectoras que são as subunidades físicas fundamentais ao suporte da manifestação incipiente da “inteligência” ao nível da célula.
As eucariotas e as comunidades multicelulares ao aumentarem a sua complexidade aumentam a superfície das suas membranas e mais espaço para as PIM`s – uma espécie de evolução “fractal” e de expansão das redes de informação em que o resultado final é maior capacidade de sobrevivência e maior organização intrínseca para o exercício da “consciência” pelas extensas inter-conectividades entre as redes de informação biológica que se estabelecem. Não é coincidência os sistemas nervosos terem derivado da derme embrionária!
A crescente organização destas inter-conectividades, na senda evolutiva, vão desenvolver e colocar em relevo a importância da Mente Consciente que “lê” e coordena o fluxo de sinais celulares como também gera emoções que se manifestam pela libertação de sinais controladores pelos sistemas nervosos. É ela que controla o comportamento das células do nosso corpo, enquanto a Mente Subconsciente, geradora de acções de natureza reflexiva, os designados hábitos, são fruto do condicionamento instintivo, centradas em torno do conhecido efeito Pavlov, que tem o papel primordial de perseverar a vida pelo controlo automático das funções biológicas e dos comportamentos pré-programados para reagir no “aqui e agora”, uma espécie de “piloto automático” que processa muitos milhões por segundo de estímulos ambientais, controlando mais de 90% do nosso comportamento pela via do sistema HPA - Hipotálamico-Pituitário-Adrenocortícoide.
Entenda-se por estímulos ambientais para além os estímulos químicos e físicos, todas as formas de radiação do espectro electromagnético que incluem os próprios estados de consciência, o pensamento, e a gestação das emoções e sensações produzidas e plasmadas através das suas ondas alfa (7,5 a 14 Hz), beta (15 a 40 Hz), gama (40 a 100 Hz), delta (0,5 a 4 Hz) e theta, característica dos estados superiores de meditação (4,5 a 7 Hz).
Ao contrário, a Mente Consciente permite pensar e programar o futuro gerando a base do fenómeno ligado ao sentimento do livre arbítrio. Convenhamos que interessa submeter a Mente Subconsciente ao controlo da Consciência plena, relegando os nossos automatismos adquiridos durante milhões de anos para a execução das tarefas mínimas ligadas à sustentabilidade da vida e dos seus processos biológicos: mens sana in corpore sano!
No entretanto, o Inconsciente ligado aos arquétipos Junguianos, ocupa outras dimensões em que as altas frequências vibratórias próprias da natureza dos campos quânticos que se contem a si próprios, são agora referidas pelo holomorfismo fractal de Rupert Sheldrake, pela geometria espaço-temporal (a “espuma de spins” de Carlos Rovelli, desenvolvimento moderno dos números pitagóricos) e a informação matricial inteligente subjacente (os Lipikas e o Akasha sânscritos).
No seu conjunto formal integram a tríade que tudo envolve e da qual continuamente renascemos como fenómeno de entropia a 4 dimensões, a grande ilusão da matéria!
Fundamento destes fenómenos já ancestralmente conhecidos como a Árvore da Vida na Cabala, as 4 bases da Constituição Septenária, consubstanciadas por aquela grandeza física conhecida como massa, conferida pelo ternário, ao descer sobre a matéria (fermiões) e desempenhado pelo campo do Bosão de Higgs na cosmogonia actual – o Antakarana dos Vedas.
Estas são as dimensões possíveis dadas tanto pela cosmologia e astrofísica como pela mecânica quântica do primeiro quartel do século XXI, antevendo uma teoria unificadora, afinal como tudo se adaptasse reeditando a história da menina dos caracóis dourados e os três ursos.
João Porto, Ponta Delgada, 31 de Maio de 2022
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