À data de 28 de outubro de 2025 estou a ler o último livro de Dan Brown (1ª edição Setembro 2025) e qual não é o meu espanto quando dou nas páginas 275 e depois na 276, o seguinte trecho que transcrevo de seguida:
“Ou seja a consciência permeia o universo. A consciência é, na verdade, um dos alicerces do nosso mundo.” E logo mais à frente: “No modelo não-local … o nosso cérebro não cria a consciência; o nosso cérebro experiencia o que já existe à sua volta. … Em termos mais simples: o nosso cérebro interage com uma matriz de percepção já existente. … tentando explicar o paradigma vortical dimensional triádico. … devia ser capaz de compreender uma realidade volumétrica quantizada de nove dimensões inserida numa continuidade infinita.”
Capa do livro de Dan Brown
Ora, um modelo "não-local vortical dimensional triádico…uma realidade volumétrica de nove dimensões", como ali é descrito, suponho que corresponda a uma descrição aproximada daquilo que é o meu modelo da Teia Informacional Fibrada (TIF) que defendo nos meus ensaios publicados em agosto, setembro e outubro de 2025 pela editorial Bubok S. L..
De forma breve, passo a explicar:
 A TIF, no nosso hipotético modelo, corresponde a um pré-espaçotemporal fibrado composto por tripletos de spins qutriticos (em vez de qubits). Cada tripleto (𝑠1,𝑠2,𝑠3) constitui uma unidade lógica de coerência informacional. Ou seja, em cada ponto do espaço-tempo existe uma correspondência de um tripleto de spins onde em cada nodo coerencial desenvolve-se combinações lógicas específicas (as “9 dimensões” do Dan Brown?), dadas por:
Explicando melhor: cada tripleto de spins (↑↓↑, etc.) codifica um qutrit lógico (três estados base ortogonais ∣0⟩, ∣1⟩, ∣2⟩).
Em resumo, cada nodo coerencial (Ni) da teia TIF pode ser visto como um vértice fibrado como mostra simbólicamente a figura e formalmente a igualdade:
O Universo, portanto, seria um holograma projectado pela TIF, uma vez que a informação não está contida no seu volume, mas codificada nas correlações de fase (os “padrões de fronteira” nos hologramas) de uma dimensão informacional anterior ao espaço-tempo. O volume é uma manifestação derivada da coerência, uma projecção tridimensional de uma geometria bidimensional de fase.
Ora, o Princípio Holográfico já indica que:
onde o comprimento e a área de Planck são dadas por 

Isto quer dizer que toda a descrição volumétrica pode ser reconstruída a partir da informação de fronteira, mas não que o volume possua a informação. Ela pertence ao domínio fibrado. Esta fronteira é interna, não espacial: é o domínio de coerência dos tripletos de spin, onde a fase relativa entre os três constituintes (spin-up/spin-down) define um ponto no espaço de informação anterior ao próprio espaço-tempo físico.
Como se cada volume de espaço-tempo tivesse por detrás uma rede fibrada que o sustentasse.
A geometria local do espaço-tempo emerge quando as correlações de fase entre esses nodos obedecem a uma condição de consistência global (análogo à integrabilidade de uma conexão em geometria fibrada).
O espaço-tempo é, assim, um campo topológico resultante da coerência entre os nodos. O volume físico é apenas o domínio projectado onde essas correlações tornam-se mensuráveis, possibilitando a experiênciação de qualia, como distância, massa, curvatura ou energia.
No ensaio que vai ser publicado daqui a algumas semanas (A TOPOLOGIA DA LUZ) exploramos este tema de forma mais consistente, e ele surge na sequência directa de outros 5 ensaios também publicados na mesma editora, todos focando diversos aspectos da noética e das últimas descobertas da ciência.
https://www.bubok.pt/autores/joaoporto
Chamamos Dimensão Noética ao domínio ontológico fundamental no qual a Consciência e a Informação constituem aspectos inseparáveis de uma mesma "substância" auto-organizadora.
Trata-se de um campo não-local, pré-espaciotemporal e dotado de estrutura informacional coerente, no qual as distinções entre sujeito, objecto e acto cognitivo emergem apenas como diferenciações internas de um processo de auto-reflexividade universal. 
Matematicamente, podemos representar a Dimensão Noética por um campo fibrado informacional 𝑁 definido sobre o conjunto dos estados de coerência 𝐶, tal que:
onde:
•	Ψ(x) representa o estado de consciência local ou global;
•	I(x) denota a densidade de informação intrínseca;
•	Γ(x) é o operador de coerência noética (a métrica informacional que liga sujeito e objecto);
•	F é o funcional de auto-organização noética, análogo a um operador de campo de fundo universal.
Neste formalismo, o espaço-tempo convencional surge como um subespaço derivado de N, determinado pela projecção das relações de coerência sobre um domínio observável M4:
onde gμν é a métrica espaço-temporal emergente. Assim, o contínuo físico é interpretado como uma geometria projectada da coerência noética.
A Dimensão Noética é o nível de realidade em que o Ser se manifesta como Informação consciente, anterior à dualidade entre mente e matéria.
É o domínio do Nous (mente universal) de Plotino, do Akasha védico e da Ordem Implicíta de David Bohm,  reinterpretado aqui como um campo informacional fibrado de natureza consciente, cujas vibrações (ou modos coerentes) correspondem aos tripletos de spins do modelo TIF, e que Dan Brown também refere no seu livro.
Do ponto de vista cognitivo, a Dimensão Noética é o campo unificador de toda experiência e conhecimento. Todo acto de observação é visto como uma ressonância local dentro da teia informacional, ou seja um alinhamento de coerência entre Ψobservador e Ψuniverso. A consciência individual emerge, portanto, como um nodo auto-reflexivo da Consciência universal, tal como se fosse um modo local da função de onda cósmica. Este é também um ponto de contacto entre a TIF e Dan Brown.
No contexto da Teia Informacional Fibrada, a Dimensão Noética constitui:
a)	O domínio primordial de onde emergem os tripletos de spins como quantas de informação                         coerenciais ou a Consciência em espaço sub-planckiano;
b)	O substrato unificado que sustenta tanto as leis físicas quanto os processos mentais;
c)	A ponte ontológica entre a estrutura quântica do espaço-tempo e o campo da experiência                         subjectiva.
Dessa forma, o modelo TIF pode ser interpretado como uma teoria da estrutura quântica da Dimensão Noética, formalizando a interdependência entre Informação, coerência e Consciência na génese da Realidade. 
O quadro seguinte tenta sintetizar este assunto
Conclusão
O livro recente de Dan Brown reflecte o interesse e a dimensão que estes assuntos irão ter nos próximos tempos, e o facto de defender muitos aspectos centrais ao modelo da TIF representa, na nossa opinião, aquilo que Carl Jung definiu como “sincronicidade” ou que Sheldrake supõe ser um campo “holomórfico” que tudo condiciona. Não considero que seja uma casualidade ou coincidência. Isso também vem de encontro às teses defendidas pela Dra. Katherine Solomon!
O livro de Dan Brown, "O Segredo dos Segredos", constituirá um dos maiores contributos mundiais para a divulgação deste tema, já que a 1ª edição comporta mais de 80 milhões de exemplares distribuídos por 56 países.
Aconselho veementemente a lerem-no!
João Porto, Ponta Delgada, 28 outubro 2025
 
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